Here: divisão de mapas digitais da Nokia é motivo de disputa entre gigantes (Krisztian Bocsi/Bloomberg)
Victor Caputo
Publicado em 8 de maio de 2015 às 11h27.
São Paulo – Uma batalha improvável está se desenhando. As maiores montadoras de carros da Alemanha e empresas do Vale do Silício estão brigando por um pedacinho da Nokia.
No mês passado, a Nokia anunciou que estava considerando vender a sua divisão de mapas, chamada Here. Uma espécie de competidor do Google Maps, o Here tem 80% do mercado de navegação em sistemas embutidos em automóveis, de acordo com o New York Times.
Mapas digitais e conteúdo para navegação são um dos principais pilares no desenvolvimento de carros autônomos. Como um carro seria capaz de se dirigir sem informações completas sobre os locais?
Por conta disso, a compra da Here colocou em lados opostos grandes empresas de diferentes áreas.
No início desta semana, The Wall Street Journal reportou que uma parceria entre as maiores montadoras alemãs buscava fazer uma oferta pela divisão da Nokia. A aliança juntava BMW, Audi e Daimler (dona da Mercedes-Benz). O consórcio ainda incluía a gigante chinesa de tecnologia Baidu.
A preocupação das montadoras é que uma empresa do Vale do Silício, como Google ou Apple, tome controle da tecnologia.
“A maior ameaça à indústria automobilística seria se o Google desenvolvesse um sistema operacional para carros autônomos e distribuísse de graça a todo o mundo”, disse uma fonte ao The Wall Street Journal.
De acordo com ela, a proposta de compra do consórcio seria de “consideravelmente mais do que dois bilhões de euros”. No ano passado, um relatório financeiro da Nokia cravava o valor da divisão de mapas em dois bilhões de euros.
Em uma reportagem do New York Times, no entanto, outra ameaça às montadoras aparece. De acordo com o jornal americano, a Uber está considerando adquirir a Here.
Três fontes diferentes afirmaram ao jornal que a empresa americana fez uma oferta de 3 bilhões de dólares pela divisão de mapas da empresa finlandesa.
Hoje, a Uber usa o sistema do Google Maps em seus apps e no sistema de navegação utilizado pelos motoristas.
Anteriormente, outras empresas como Facebook e Microsoft haviam mostrado interesse em adquirir o serviço. Nenhuma informação mais concreta de oferta foi publicada pela imprensa.