Redatora
Publicado em 5 de novembro de 2025 às 16h57.
A fabricante chinesa de veículos elétricos Xpeng planeja equipar robôs humanoides com baterias de estado sólido, expandindo o uso de uma tecnologia considerada mais leve e segura do que as baterias de íon-lítio tradicionais. O objetivo é reduzir o peso e aumentar a eficiência dos robôs que a empresa pretende colocar em operação até o final de 2026.
De acordo com informações do jornal Financial Times, o diretor-executivo da Xpeng, He Xiaopeng, destacou que os robôs podem se tornar o principal vetor de comercialização em massa das baterias de estado sólido, já que exigem níveis de segurança mais altos do que os carros.
O executivo afirmou ainda que a empresa está negociando o fornecimento da tecnologia com dois parceiros — um chinês e outro estrangeiro —, mas não revelou os nomes das companhias envolvidas.
As baterias de estado sólido substituem o eletrólito líquido inflamável das baterias convencionais por um material sólido, capaz de conduzir íons entre os eletrodos. Essa alteração promete maior densidade de energia, carregamento mais rápido e menor risco de incêndio. Ainda assim, especialistas destacam que a produção em larga escala da tecnologia deve levar alguns anos, segundo o FT.
Outras empresas, como Panasonic e Maxell, também anunciaram planos para aplicar o mesmo tipo de bateria em robôs industriais. A iniciativa da Xpeng reforça a tendência de aproximação entre o setor automotivo e a robótica, movimento já observado na Tesla, que desenvolve humanoides com sistemas de IA e baterias de alta eficiência.
A Xpeng, sediada em Guangzhou, pretende produzir seu primeiro lote de robôs humanoides até o fim de 2026 com uso inicial em suas próprias operações — como vendedores e guias turísticos. Os robôs serão equipados com chips de inteligência artificial desenvolvidos internamente e devem atuar também em fábricas da Baowu, maior siderúrgica da China, em uma parceria já em andamento.
Fabricantes como Toyota e CATL prometeram lançar baterias de estado sólido até 2027, embora analistas do HSBC ressaltem que a vantagem competitiva ainda é limitada pelo alto custo de produção e desempenho apenas moderadamente superior às baterias atuais.