Tecnologia

Ministro defende que Vale-Cultura possa ser usado em lan houses

"É realista pensar que todo brasileiro terá um computador em casa? As lan houses me parecem um modelo menos custoso", disse Alfredo Manevy, durante audiência pública

Lan house: atividade cultural (.)

Lan house: atividade cultural (.)

DR

Da Redação

Publicado em 14 de abril de 2010 às 17h06.

São Paulo - O Vale-Cultura, benefício previsto em projeto de lei para que trabalhadores consumam atividades culturais, poderá ser utilizado para gastos em lan houses. Quem defende a ideia é o ministro interino da Cultura, Alfredo Manevy, que deverá ficar responsável pela regulamentação da lei, caso ela seja aprovada e sancionada.

Em discurso proferido na terça-feira (13) durante uma audiência pública, Manevy defendeu que as lan houses sejam uma estrutura complementar para acesso à internet pela sociedade, segundo a Agência Câmara. "É realista pensar que todo brasileiro terá um computador em casa? As lan houses me parecem um modelo menos custoso".

O projeto de lei que cria o Vale-Cultura prevê benefício no valor de R$ 50 mensais para trabalhadores formais que recebam até cinco salários mínimos, aposentados, estagiários e servidores públicos federais. Além de gastos em lan houses, o vale poderia ser utilizado para a aquisição de livros, CDs, DVDs e ingressos de cinema, teatro, museu e shows.

Na mesma audiência, o secretário de Educação a Distância do Ministério da Educação (MEC), Carlos Eduardo Bielschowsky, destacou que o Ministério da Educação apoia a regulamentação das lan houses.


Lan houses devem se preparar

O anúncio vem poucos dias após uma pesquisa do Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR apontar, pela primeira vez desde 2007, que o número de pessoas que acessa a internet a partir de casa superou aqueles que utilizam a rede em lan houses. Reflexo disso é o fechamento de várias empresas do ramo, como a rede Monkey, primeira loja do gênero no Brasil que encerrou as atividades no último dia 1º.

Embora a permissão do uso do Vale-Cultura em lan houses possa significar um incentivo ao segmento, a tendência para essas prestadoras de serviço, no modelo atual, é de perda de público. A análise é do empresário Sunami Chun, fundador da Monkey, que chegou a trabalhar com 56 filiais. Em entrevista ao site Exame, ele afirmou que para que o segmento se mantenha no mercado com um público fiel, os proprietários devem apostar em mudanças, seja na forma de atendimento, seja na tecnologia adotada.


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