Meg Whitman e Carly Fiorino: investimentos milionários e derrota nas urnas (Kevork Djansezian e Justin Sullivan/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 22 de setembro de 2011 às 21h13.
São Paulo – As norte-americanas Meg Whitman, 54, e Carly Fiorina, 56, têm muito em comum. São executivas, bem sucedidas, milionárias e alcançaram o sucesso à frente de grandes empresas de tecnologia do Vale do Silício – Whitman foi presidente do eBay; Fiorina, da Hewlett-Packard (HP). Ambas decidiram ingressar na carreira política nas eleições norte-americanas de 2010 pelo Partido Republicano. Venceram as primárias do partido para os dois cargos mais importantes da Califórnia, de governador e senador. Fizeram campanhas milionárias. E nesta terça-feira (2) foram derrotadas.
Whitman, ex-CEO do eBay entre 1998 e 2008, concorria ao governo do estado e perdeu para o ex-governador Jerry Brown, de 72 anos, enquanto Fiorina, que foi executiva da operadora AT&T entre 1980 e 1999 e presidente-executiva da HP de 1999 a 2005, foi derrotada por Barbara Boxer, senadora desde 1992.
Embora não fossem as figuras mais representativas do Vale do Silício, que concentra tendências sociais de esquerda, a vitória das duas nas primárias republicanas foi vista como um amadurecimento do setor de alta tecnologia dos Estados Unidos e do interesse crescente dessa indústria em atuar no jogo político. As chances reais de vitória das duas candidatas eram um verdadeiro tormento para o Partido Democrata, do presidente Barack Obama.
Executiva de renome, que passou ainda por Walt Disney, DreamWorks e Hasbro, Whitman é considerada a responsável pelo crescimento extraordinários da receita anual do eBay, que passou de US$ 4 milhões para US$ 8 bilhões em seus dez anos à frente da empresa. Fiorina, por outro lado, teve sua gestão à frente da HP avaliada como ruim e acabou afastada pela diretoria da companhia. Apesar disso, foi eleita mais de uma vez uma das mulheres mais poderosas do mundo, pelas revistas Fortune e Forbes.
Antes do anúncio dos resultados das eleições norte-americanas consultores políticos avaliavam que os laços das candidatas com o setor de alta tecnologia eram cruciais para suas chances contra os democratas.
Novatas na política, elas apostaram alto no jogo. Fiorina gastou US$ 5,5 milhões de seu patrimônio somente durante as primárias. Na campanha tirou mais de US$ 1 milhão do próprio bolso, isso fora os US$ 8 milhões investidos pelo partido. O investimento total representa cerca de 6,5% de sua fortuna, estimada em US$ 100 milhões, segundo a imprensa norte-americana.
O valor, entretanto, não chega perto dos US$ 142 milhões gastos por Whitman. A candidata investiu mais de 10% de sua fortuna, estimada recentemente pela Forbes em US$ 1,3 bilhão. Os gastos milionários, entretanto, não foram suficientes para eleger nenhuma das duas candidatas. Serviram como um argumento a mais para os defensores da ideia de que o dinheiro não compra tudo.