Rússia: Se não fizerem nada, a Rússia perderá o Telegram e outros serviços populares, disse o fundador do aplicativo (Tatyana Makeyeva/Reuters)
EFE
Publicado em 30 de abril de 2018 às 10h11.
Moscou - Milhares de pessoas se reuniram nesta segunda-feira em uma avenida no centro de Moscou para protestar contra o bloqueio do aplicativo Telegram, proibido na Rússia por uma decisão judicial após recusar entregar ao governo os códigos para descriptografar as mensagens trocadas pelos usuários.
"Milhares de jovens progressistas participam do protesto em Moscou, apesar das filas nos detectores de metais colocados pela polícia", afirmou o fundador do Telegram, Pavel Durov.
O empresário russo, que também criou a rede social Vkontakte, a maior de toda a Europa, disse que o governo russo está em uma encruzilhada. "Eles terão que decidir se a liberdade na internet é inegociável no país", afirmou.
"O futuro da internet está nas mãos de vocês. Há quem dirá que a concentração não vai mudar nada, mas não é assim. A Rússia está em uma encruzilhada. Ainda não adotou uma censura total. Se não fizerem nada, a Rússia perderá o Telegram e outros serviços populares", explicou o fundador do aplicativo de mensagens.
A manifestação, convocada pelo desconhecido Partido Libertário da Rússia, conta com a participação de alguns dos principais líderes da oposição, como Alexei Navalny, maior crítico do governo.
O órgão de regulação das comunicações na Rússia, o Roskomnadzor, bloqueou nos últimos dias dezenas de milhões de endereços de IP com o objetivo de impedir o funcionamento do Telegram.
No processo de cumprir a ordem judicial e proibir o aplicativo no país, o Roskomnadzor prejudicou milhões de usuários por bloquear IPs que afetam serviços prestados por empresas como Google e Apple.
A multinacional russa Yandex, líder no mercado nacional de tecnologia da informação, criticou com dureza a campanha para bloquear o Telegram.
"O mercado russo só pode se desenvolver em condições de concorrência aberta. A falta de liberdade e de escolha é a consequência mais perigosa do bloqueio", alertou a diretora de relações públicas da Yandex, Ochira Mandzhikova.