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Microsoft quer disseminar Windows "aberto" na América Latina

SÃO PAULO - No final de maio, Jason Matusow, gerente de produtos de Shared Source da Microsoft, esteve no país para disseminar a idéia de que a companhia compartilha, sim, o código fonte de seu principal produto, o Windows. Matusow se encontrou com empresários brasileiros para falar sobre os benefícios do programa SSI - sigla […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h29.

SÃO PAULO - No final de maio, Jason Matusow, gerente de produtos de Shared Source da Microsoft, esteve no país para disseminar a idéia de que a companhia compartilha, sim, o código fonte de seu principal produto, o Windows. Matusow se encontrou com empresários brasileiros para falar sobre os benefícios do programa SSI - sigla para Shared Source Initiative.

O SSI já tem 1 700 empresas cadastradas em 35 países. Este modelo de compartilhamento não permite ao usuário fazer nenhuma modificação no código do sistema operacional; ele serve mais, explica Jason, para facilitar o trabalho da equipe de TI na parte de suporte técnico. Serve também para que a Microsoft tenha retorno sobre falhas e brechas de segurança, ou ainda para que o cliente possa desenvolver melhor aplicações proprietárias de missão crítica que irão rodar na plataforma Windows.

Matusow reconhece que a estratégia da Microsoft é bem mais restritiva do que as da turma do software livre, mas explica que foi a forma encontrada pela companhia para, como o nome da iniciativa já diz, compartilhar o código de alguns de seus softwares com os usuários e desenvolvedores de programas e, ao mesmo tempo, preservar a propriedade intelectual dos mesmos. "Código aberto é bom para o individual, não para corporações. Todo mundo precisa fazer dinheiro", defende o executivo.

O programa SSI foi anunciado há mais de um ano nos Estados Unidos, mas chega oficialmente à América Latina - em especial Brasil e México - apenas agora. "Desde 2000, 2001, nossos usuários pediam que a Microsoft clareasse sua posição com relação ao software livre. A iniciativa vem para ajudá-los, mesmo que signifique correr riscos com relação à nossa propriedade intelectual", declarou Matusow. "Mas nós confiamos em nossos usuários; e trabalhar com comunidades específicas também ajuda em nossa proteção".

Com comunidades específicas, Jason esclarece que há mais de um modelo de compartilhamento de código dentro da Microsoft. Além das grandes empresas clientes (para se qualificar, é necessário ter mais de 1,5 mil computadores com contrato de licenciamento para rodar softwares da Microsoft), são atendidos pela SSI governos, integradores de sistemas e universidades de todo o mundo. Os governos entram no programa automaticamente, se alguma grande empresa do país for certificada para o compartilhamento de códigos.

Dentro da área integradores de sistemas, o modelo de compartilhamento pode ser usado, por exemplo, para ajudar na administração de redes com grande número de computadores conectados, para que engenheiros possam acompanhar a interatividade entre software, hardware e os aplicativos do usuário. Ou então as equipes de TI podem ter acesso a partes determinadas do código que influam nos sistemas de segurança e comunicação da rede (duas partes fundamentais, segundo Matusow) para promover melhorias ou na definição das melhores políticas para protegê-la. Para participar da SSI, os integradores têm que ser cadastrados como Gold Certified Suport Partner da Microsoft (só nos Estados Unidos existem pelo menos um milhão de parceiros nesta condição).

A partir de outubro ou novembro, segundo o executivo, os desenvolvedores latino-americanos terão acesso ao MSDN - Code Century Premium, um site seguro onde será possível acessar todas as árvores de código do Windows, com supervisão direta da Microsoft para a proteção da propriedade intelectual do sistema operacional. Além das aplicações já citadas acima, a estratégia permitirá que as empresas otimizem seus programas proprietários para a plataforma.

Já as universidades têm mais liberdade dentro do sistema de compartilhamento de código da Microsoft: elas podem não apenas acessar, como também realizar projetos de tecnologia da informação baseados nesses códigos, trabalhando com linguagens e compiladores, e compartilhá-los com os demais alunos. O SSI já tem 130 universidades inscritas em 25 países, e a certificação das mesmas depende exclusivamente, explica Matusow, do relacionamento da área de pesquisas da Microsoft com os departamentos de pesquisa em tecnologia das instituições.

Além de disseminar a idéia na região, Matusow ainda tem mais um desafio: fazer com que as pessoas saibam que o programa contempla também o Windows CE e alguns componentes da plataforma .NET. O CE 3.0, conta, já tem 15% de seu código aberto a desenvolvedores, estudantes e clientes; a versão CE.NET terá 45%. Mas, mesmo assim, apenas 4% dos 70 mil desenvolvedores de código e aplicativos para a plataforma estão na região da América Latina. Em tempo: esta operação ficará sob o comando, na região, de Mauro Muratório Not, que já foi o presidente da Microsoft Brasil.

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