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Microsoft pode ocupar espaço se Google abandonar o mercado australiano

Nova legislação que obrigaria o Google a pagar por notícias exibidas nas buscas está por trás do embate

Microsoft: o presidente do grupo americano revelou que conversou na semana passada sobre o tema com o primeiro-ministro australiano (Lucy Nicholson/Reuters)

Microsoft: o presidente do grupo americano revelou que conversou na semana passada sobre o tema com o primeiro-ministro australiano (Lucy Nicholson/Reuters)

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AFP

Publicado em 3 de fevereiro de 2021 às 08h11.

A Microsoft propôs nesta quarta-feira o vazio que o Google poderia se deixar se o grupo suspender sua ferramenta de busca na Austrália em resposta ao projeto australiano de obrigar a empresa a remunerar os meios de comunicação por seus conteúdos.

O governo australiano trabalha em um "código de conduta vinculante" que busca administrar a relação entre os meios de comunicação tradicionais com graves dificuldades financeiras e os gigantes da internet que dominam grande parte da receita publicitária.

Tanto Facebook como Google ameaçaram suspender os serviços se o projeto australiano, atualmente no Parlamento, for aprovado em sua forma atual.

Em um comunicado, o presidente da Microsoft, Brad Smith, afirma que o grupo "apoia totalmente" o projeto que constitui "um passo adiante para um ecossistema digital más justo para os consumidores, as empresas e a sociedade".

Smith acrescentou que a Microsoft está disposta a melhorar sua ferramenta de busca Bing, que tem uma cota de mercado mínima, e abrigar os anunciantes australianos.

O presidente do grupo americano revelou que conversou na semana passada sobre o tema com o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, ao lado do CEO da empresa, Satya Nadella.

O código de conduta proposto pelo governo australiano exige que Google e Facebook negociem com cada meio de comunicação uma remuneração pelo uso de seus conteúdos. Caso não alcancem um acordo, um mediador deve tomar a decisão.

Os maiores grupos de imprensa do país, News Corp e Nine Entertainement, calculam que as compensações devem atingir centenas de milhões de dólares por ano.

Os grupos americanos, apoiados por Washington, afirmaram que o projeto sufocaria seu modelo empresarial e o funcionamento da internet.

A diretora geral do Google Austrália, Mel Silva, afirmou em janeiro no Senado australiano que se a lei for aprovada sem alterações, o grupo seria obrigado a suspender seus serviços de busca no país.

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