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Microsoft e Oracle podem comprar TikTok nos EUA, diz site

Negociação mediada pela Casa Branca pode transferir operações globais do TikTok para Oracle e Microsoft, enquanto ByteDance mantém participação minoritária

Publicado em 25 de janeiro de 2025 às 20h40.

As gigantes de tecnologia Oracle e Microsoft estão em negociações para assumir as operações globais do TikTok, segundo a NPR.

A movimentação é parte de um esforço para reduzir a influência chinesa no aplicativo, mantendo a ByteDance, empresa controladora da plataforma, com uma participação minoritária.

Pelo acordo, a Oracle seria responsável por supervisionar o algoritmo, as atualizações de software e a coleta de dados do TikTok, enquanto sua infraestrutura de servidores continuará sendo o suporte principal da plataforma.

Segundo fontes anônimas citadas pela NPR, o objetivo do acordo é "minimizar a propriedade chinesa", uma preocupação central das autoridades americanas.

A participação da Microsoft no acordo ainda não está completamente clara. A empresa também esteve envolvida, ao lado da Oracle e do Walmart, em uma tentativa de adquirir o TikTok em 2020, descrita por Bill Gates, cofundador da Microsoft, como “um cálice envenenado”. Desta vez, o Walmart teria optado por não participar, alegando "desacordo em relação ao valor estimado do aplicativo".

Por que os EUA querem banir o TikTok?

O governo dos Estados Unidos argumenta que o TikTok representa um risco significativo à segurança nacional. Entre as principais preocupações estão:

  • Coleta de dados sensíveis: o TikTok armazena informações de milhões de usuários americanos, que, segundo autoridades, poderiam ser acessadas pelo governo chinês.
  • Espionagem e manipulação de conteúdo: há receios de que a China use o aplicativo para espionagem ou para influenciar de forma sutil as informações consumidas pelos americanos, moldando narrativas e opiniões.
  • Leis chinesas de inteligência: a ByteDance está sujeita às normas da China, que exigem cooperação com os serviços de inteligência do país, ampliando os temores de uso político do TikTok.

Quem mais quer o TikTok?

Entre os interessados, nomes de peso já se destacaram:

  • Elon Musk: o homem mais rico do mundo, conhecido por suas aquisições audaciosas, como o X (antigo Twitter), foi mencionado como um possível comprador.
  • Frank McCourt: ex-proprietário do Los Angeles Dodgers, McCourt lidera o grupo "The People's Bid for TikTok", que fez uma oferta formal para adquirir a operação do app.

Até influenciadores de grande alcance expressaram interesse. MrBeast, o YouTuber mais bem pago do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 54 milhões, sugeriu que poderia comprar o TikTok. Ele também revelou ter sido procurado por bilionários interessados na plataforma.

"O aplicativo já voltou a funcionar e conta com 170 milhões de usuários nos Estados Unidos, quase metade da população. Existem várias propostas de empresas americanas interessadas na compra, não faltam opções. A tendência é criar incentivos para reduzir a moderação de conteúdo, evitar a troca de dados com a China e continuar crescendo", afirmou Fabro Steibel, diretor-executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio (ITS-Rio), à EXAME.

Segundo Steibel, "o Project Liberty representaria um uso mais social do aplicativo, priorizando a interação entre os usuários e o bem-estar digital". "O principal entrante seria a Perplexity, concorrente da OpenAI, que busca se posicionar como alternativa tecnológica de destaque", diz Steibel.

Empresas de tecnologia e grupos de investidores também estão na lista de potenciais compradores:

  • Steven Mnuchin: o ex-secretário do te​souro dos EUA lidera um grupo de investidores dispostos a adquirir o TikTok;
  • Perplexity AI: a startup de inteligência artificial surpreendeu ao apresentar uma proposta de fusão com o TikTok nos EUA, buscando inovar no mercado digital.

O desafio da ByteDance

Apesar das ofertas, a controladora do TikTok, tem insistido que não planeja vender a plataforma. Além disso, o algoritmo do TikTok, seu principal ativo, pode ser excluído da negociação devido a restrições impostas pelo governo chinês, tornando a venda ainda mais complexa.

Segundo Dan Ives, analista da Wedbush, o valor do TikTok varia consideravelmente dependendo de incluir ou não seu algoritmo. Com o algoritmo, a plataforma pode valer até US$ 200 bilhões; sem ele, a avaliação cai para cerca de US$ 40 bilhões.

A China já sinalizou que bloqueará a venda do algoritmo, tornando uma versão americana do TikTok menos competitiva e isolada globalmente. E os desafios técnicos para operar o TikTok sem seu algoritmo são enormes. Reconstruir o feed "Para Você" seria complexo, especialmente considerando que outras empresas já tentaram replicar essa tecnologia sem sucesso. Especialistas apontam que uma venda forçada pode levar à criação de uma versão exclusiva do aplicativo para os EUA, desconectada do resto do mundo, reduzindo o alcance e a atratividade global da plataforma.

A venda forçada é vista como mais um capítulo na disputa entre os EUA e a China. A ByteDance, proprietária do TikTok, resiste à venda devido à necessidade de aprovação do governo chinês, que não quer abrir mão de sua influência sobre a plataforma. Esse cenário cria incertezas legais e políticas sobre o futuro do aplicativo nos Estados Unidos.

Por outro lado, questões de segurança nacional continuam no centro das discussões. Especialistas em cibersegurança apontam que o governo dos EUA considera o TikTok uma ameaça devido ao potencial acesso do governo chinês aos dados dos usuários americanos. Mas críticos argumentam que as evidências contra o aplicativo ainda são amplamente teóricas.

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