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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h17.
Ao mesmo tempo em que empresários argentinos lançam um grito de guerra contra o Brasil e articulam-se em um movimento para barrar as importações, a Microsiga, empresa brasileira de software de gestão empresarial, está bem próxima de faturar 1 milhão de dólares com suas operações na Argentina. A cifra é 186% maior que os 350 mil dólares que obteve em 2003. Até julho, a empresa já havia alcançado cerca de 700 mil. A Microsiga acaba de inaugurar uma nova sede de 250 metros quadrados em Buenos Aires e mantém uma carteira com 35 clientes ativos no país, entre os quais, Grupo CIE, DM Transportador, Equifax e Tyco.
O primeiro motivo do crescimento da companhia no país vizinho é a persistência. Durante o período mais grave da crise econômica que sacudiu a Argentina, muitos concorrentes da Microsiga, sobretudo americanos e europeus, reduziram sua presença no país ou, simplesmente, foram embora. Alguns transferiram suas centrais de assistência técnica para a Índia, e os usuários dos softwares eram atendidos por alguém a milhares de quilômetros de Buenos Aires. Mas a Microsiga resolveu ficar, em parte, porque a cultura latina, partilhada tanto por argentinos, quanto por brasileiros, fez a empresa compreender que o relacionamento pessoal, próximo, com os clientes era importante.
Empreendedorismo
Outra razão é que a Microsiga apostava no crescimento do filão de pequenas e médias empresas na Argentina, seja porque a retomada da economia as beneficiaria junto com as demais, seja porque o empreendedorismo estava crescendo no país, até pela necessidade dos empresários se modernizarem para não fechar as portas. "Nós temos experência em atender as necessidades de empresas deste porte", afirma o vice-presidente da Microsiga, José Rogério Luiz.
A receita total do Grupo Microsiga foi de 275 milhões de reais no ano passado, 20% maior que o resultado de 2002. A cifra abrange os 125 milhões registrados pela própria Microsiga, e os 150 milhões oriundos de suas 35 franqueadas brasileiras e dez franqueadas do exterior. Para 2004, somente a Microsiga deve faturar 180 milhões. Deste total, 8% virá dos produtos e serviços vendidos no exterior.
Apesar do desempenho argentino, é o México que mais atrai a Microsiga. Com quatro franquias no país, a empresa comprou, no ano passado, uma desenvolvedora de software mexicana para reforçar sua presença por lá. "O potencial do México é tão grande que é difícil de determinar", diz Luiz. Em 2004, espera-se que os mexicanos gerem de 2 milhões de dólares a 2,5 milhões em receitas para a companhia.