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Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2012 às 09h39.
São Paulo - Pesquisadores do Laboratório de Segurança ao Fogo (LSF) do Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) desenvolveram uma metodologia para elaborar planos de abandono em espaços construídos que concentram grande número de pessoas, como aeroportos, ginásios esportivos, centros de convenção, estações de trem e metrô e estádios, entre outros.
A metodologia utiliza modelos computacionais para simular o movimento das pessoas nas dependências dessas edificações, de modo a buscar alternativas de eficiência para as ações de evacuação em situações de rotina e de emergência, como incêndios, conflitos, ameaças terroristas e catástrofes naturais.
Os estudos podem ser focados em ajustes nos procedimentos padronizados já existentes na edificação, bem como desenvolvidos na fase de pré-projeto da edificação.
Os modelos computacionais simulam o movimento de pessoas em espaços confinados e abertos. As simulações possibilitam a visualização do movimento através de realidade virtual ou mesmo em duas dimensões, utilizando plantas arquitetônicas importadas do CAD.
A modelagem é baseada em algoritmos genéticos – sistema que considera cada usuário como sendo uma partícula autônoma. “Esse recurso é de extremo auxílio na identificação de cenários críticos”, afirmou Rodrigo Machado Tavares, pesquisador do LSF.
Um dos exemplos que ele destaca são as áreas nos estádios onde possa haver congestionamentos que dificultem a movimentação. Além disso, também é possível calcular índices, tais como fluxo de pessoas, assim como o cálculo dos tempos parcial e total de abandono para cada situação.
Para executar esse estudo de forma convencional seria preciso realizar exercícios in loco com a população real, o que pode se tornar impraticável em grandes empreendimentos. O desenvolvimento dos planos de abandono considera as interações entre as pessoas e entre pessoas e o ambiente construído.
A legislação e as normas técnicas vigentes no país que abordam esse tema seguem uma visão estritamente prescritiva, voltada ao desenvolvimento de projeto, e não contemplam o desempenho da solução proposta, considerando as interações no uso.
No Brasil, o LSF dispõe de todos os recursos físicos e humanos para realização de simulações empregando tais modelos. O laboratório é o maior grupo no Brasil que se dedica de forma mais ampla à realização de ensaios e pesquisas na área de segurança contra incêndios. O grupo atua desde 1979 e é composto por pesquisadores com experiência internacional.