Redator na Exame
Publicado em 20 de janeiro de 2025 às 11h19.
No domingo, 19 de janeiro, a lei que proibia o TikTok nos Estados Unidos entrou em vigor, tirando do ar uma das plataformas mais populares do mundo. Contudo, apenas algumas horas depois, o aplicativo foi reativado.
O retorno inesperado veio após o novo presidente americano, Donald Trump, anunciar que pretende negociar a compra de 50% do TikTok, adiando a implementação definitiva da lei quando assumisse o cargo no dia seguinte, 20 de janeiro.
Embora a ByteDance, proprietária do TikTok, nunca tenha demonstrado interesse em vender suas operações, o futuro da plataforma permanece incerto, e um banimento definitivo continua sendo uma possibilidade real.
Nesse cenário de indefinição, a Meta, dona do Instagram e do Facebook, surge como uma potencial beneficiária, podendo atrair parte significativa do público e dos anunciantes que utilizavam o TikTok.
Segundo dados da eMarketer, o TikTok gerou US$ 12,34 bilhões (cerca de R$ 90,9 bilhões) em receitas publicitárias em 2024. O banimento nos Estados Unidos poderia resultar em uma perda de até 70% desse valor, aproximadamente US$ 8,64 bilhões. A extensão do impacto dependerá de como a proibição será implementada: enquanto alguns usuários podem continuar acessando a plataforma por vias alternativas, outros podem ser completamente bloqueados.
Com mais de 170 milhões de usuários americanos, o TikTok mantém uma presença marcante no país. No entanto, quase três quartos desses usuários também utilizam o Instagram, segundo a eMarketer. Isso cria uma oportunidade para que a Meta capture uma fatia do tempo e da receita que antes pertenciam ao TikTok.
De acordo com analistas do Morgan Stanley (MS), a cada 10% de tempo gasto no TikTok que for redirecionado para plataformas da Meta, a empresa pode lucrar entre US$ 0,30 e US$ 0,60 por ação até 2026. Além disso, a eMarketer projeta que a Meta pode alcançar um lucro adicional de US$ 3,38 bilhões (cerca de R$ 20,4 bilhões) em receita publicitária após o banimento do TikTok.
Mesmo com concorrentes como YouTube e Snapchat, que também são fortes nos EUA, o impacto potencial para a Meta é significativo, dado seu alcance global e capacidade de absorver usuários e anunciantes migrados.