Drones: Mercedes completou 100 entregar pelo ar (Daimler/Divulgação)
Victor Caputo
Publicado em 28 de novembro de 2017 às 17h59.
A Mercedes-Benz, que realiza o maior teste com drones para entrega de itens cotidianos, como café moído e celulares, anunciou que concluiu 100 entregas com miniaeronaves em vans posicionadas de forma estratégica em Zurique com um histórico de segurança perfeito e que estão previstas mais entregas no ano que vem.
Cerca de 50 clientes individuais realizaram pedidos na plataforma de compras on-line suíça Siroop e escolheram a opção “ofertas por correio aéreo” de itens selecionados da empresa de varejo Black & Blaze Coffee Roasting para entrega no mesmo dia. Os drones, então, voaram para quatro pontos fixos da cidade, cobrindo uma distância de até 17 quilômetros, e pousaram no teto de vans Mercedes-Benz Vito especialmente adaptadas. Os pacotes foram transportados por terra nos trechos finais antes do retorno dos drones.
“Todas as nossas expectativas foram cumpridas -- nossos principais objetivos eram a viabilidade técnica e a execução”, disse Corinna Elosge, coordenadora do projeto de drones e vans logísticas para trecho final da Daimler, empresa controladora da Mercedes, em entrevista. “Estamos muito, muito satisfeitos porque tivemos uma pontuação de segurança perfeita.”
Os helicópteros em miniatura, desenvolvidos com a empresa americana Matternet, entregaram pacotes em um total de 11 dias como parte de um teste de três semanas. A Daimler informou no ano passado que mirava os drones como parte de uma iniciativa de 500 milhões de euros (US$ 597 milhões) para acelerar os tempos de entrega dos pedidos feitos pela internet devido à explosão do comércio eletrônico. Em dezembro, a Amazon.com fez sua primeira entrega com drones, e a rede de lojas de conveniência 7-Eleven entregou por via aérea, no ano passado, um pacote com sanduíches de frango e rosquinhas a uma residência privada em Reno, Nevada.
Na Mercedes, as aeronaves sem piloto são componentes de um protótipo de van que conta com um conjunto de sistemas de bordo, como, por exemplo, um equipamento de classificação digital, que poderiam reduzir pela metade os custos da parte final do trajeto de uma encomenda. Os drones não efetuaram a entrega diretamente à porta do cliente, mas evitaram boa parte do trânsito do centro da cidade e economizaram uma viagem do vendedor até o centro logístico.
Em um momento em que mais empresas de entregas buscam reduzir custos e oferecer serviços para o mesmo dia, o potencial dos drones chamou uma atenção significativa, embora existam regras que limitam o voo dessas aeronaves. A Mercedes pretende realizar mais testes-piloto com os drones no ano que vem, mas a concretização do plano dependerá muito da regulação, disse Elosge, e as entregas em vans particulares estacionadas em lugares aleatórios continuam fazendo parte dos planos da empresa.
“A regulamentação é um fator decisivo para nós”, disse ela. “Trabalhamos em cooperação com as autoridades e estamos prontos para conversar sobre nossas experiências com elas porque sentimos que os governos dependem da visão do setor e querem aprender mais.”