Tecnologia

Menina de 12 anos cria app para ajudar a avó com Alzheimer

O “Facebook do Alzheimer” identifica rostos familiares para os idosos que já não conseguem reconhecer pessoas queridas


	Timeless: o “Facebook do Alzheimer” identifica rostos familiares para os idosos que já não conseguem reconhecer pessoas queridas
 (Divulgação)

Timeless: o “Facebook do Alzheimer” identifica rostos familiares para os idosos que já não conseguem reconhecer pessoas queridas (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 19h02.

A carreira da chinesa Emma Yang é de fazer marmanjos sentirem inveja. Com 12 anos, ela sabe programar em mais de 5 linguagens, é uma pianista fabulosa, ganhou um punhado de bolsas de estudo, está escrevendo um livro e é uma das 10 pessoas com menos de 20 anos mais importantes da cidade de Nova York - por um momento, ficamos em dúvida se ela era real.

Não bastasse tudo isso, Yan quer mudar a vida dos pacientes com Alzheimer para melhor. É o caso da avó, que mora em Hong Kong. Já era difícil viver longe dos parentes, mas aí a avó começou a se esquecer das coisas: primeiro telefones e endereços, depois aniversários, depois o rosto de entes queridos. Daí Emma, filha de uma matemática e um programador, decidiu que a tecnologia era a melhor forma de ajudar a avó.

Ela começou a desenvolver o aplicativo Timeless (Eterno, em português). Ele funciona como uma rede social em que o parente com demência pode acompanhar seus familiares e amigos, lembrar de datas importantes como aniversário e ver fotos.

É um Facebook, mas com ferramentas para atender às dificuldades especiais dos pacientes com Alzheimer.

O app vem com tecnologia de Reconhecimento Facial, desenvolvida por uma startup americana chamada Kairos. Uma vez que o paciente ou um cuidador fotografa algum conhecido, a ferramenta de inteligência artificial compara o rosto às outras fotos cadastradas como entes queridos e identifica o fotografado.

Além de ajudar os pacientes a não esquecer de pessoas importantes, o Timeless ajuda a pessoa com Alzheimer a se comunicar. Ele funciona como um aplicativo de mensagem instantânea e de ligação - se, por acaso, o usuário tentar ligar várias vezes para a mesma pessoa, como é frequente em casos de demência, o aplicativo envia um alerta: "Tem certeza que quer fazer essa ligação?"

Para facilitar o uso, o login no app é feito por impressão digital - sem login ou senha que precisem ser decorados. O aplicativo visa aumentar a autonomia do paciente com Alzheimer, e também a ajudar cuidadores e familiares a acompanhar a doença.

A plataforma foi desenvolvida sob a consultoria de médicos especializados em Alzheimer, e o próximo passo de Yang é testar seu protótipo com pessoas que sofram com o mal.

Pelo desenvolvimento do Timeless, Emma Yang foi considerada uma das jovens mais inovadoras com menos de 20 anos. E esse nem é o único app dela: uma de suas outras criações ajuda a identificar concussões em pessoas feridas.

A jovem montou um vídeo para demonstrar o funcionamento do seu aplicativo - que é também um exercício de humildade para qualquer pessoas acima dos 12 anos que não é um gênio da programação. Boa sorte a todos nós, semianalfabetos digitais:

https://player.vimeo.com/video/168872977

Acompanhe tudo sobre:AppleDoençasEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaMal de AlzheimerSaúdeTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Sul-coreanas LG e Samsung ampliam investimentos em OLED para conter avanço chinês

Jato civil ultrapassa barreira do som pela 1ª vez na história

EUA entra para lista de "países sensíveis" da divisão de mapas do Google

Alibaba aposta em IA e diz que supera ChatGPT e DeepSeek