Subaru Outback: o Outback, por exemplo, freia automaticamente ou reduz a aceleração se sente uma colisão iminente (Divulgação)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2015 às 18h20.
Quando a empresa de pesquisas Harris Poll perguntou aos norte-americanos se eles confiariam em um carro que andasse sozinho, a maioria respondeu: muito perigoso.
Quando explicou que agora eles podem comprar um carro que assume o controle dos freios e o volante para evitar uma colisão, a maioria disse: traga-o já.
A pesquisa, realizada para o site Autotrader.com, é um lembrete de que uma tecnologia capaz de mudar paradigmas é menos assustadora quando chega aos poucos, incorporando-se à vida cotidiana até se transformar no novo normal.
As fabricantes de veículos estão apostando que o gradualismo diminuirá os temores dos consumidores em relação à cessão do controle dos automóveis a sensores, câmeras e chips.
A cada ano, pouco a pouco, os carros se tornarão mais plenamente autônomos à medida que o setor unir a tecnologia de “assistência ao motorista” aos pacotes de opcionais de segurança.
Equipamentos que há cinco anos pareciam saídos de um filme de ficção científica estão silenciosamente se tornando lugar-comum em uma série de modelos, desde os luxuosos Audis até Subarus de preço médio.
Ty Hendrickson, 40, recentemente trocou uma velha minivan por um Subaru Outback depois de conhecer uma pessoa que fraturou a coluna em um acidente de trânsito ao receber uma batida na traseira.
O Outback, de US$ 27.000, freia automaticamente ou reduz a aceleração se sente uma colisão iminente e aciona um alarme se Hendrickson cruza a linha central ou trafega fora da pista.
“As pessoas não percebem como os carros ficaram inteligentes”, disse Hendrickson, um executivo do ramo de qualidade da água de Fort Collins, Colorado, EUA. “Há uma revolução em andamento”.
E ela está ganhando velocidade rapidamente. No próximo trimestre, quem for comprar carro poderá optar por modelos com recursos de piloto automático, que permitem que os motoristas tirem as mãos do volante e os pés dos pedais, e que trafegam pelas ruas automaticamente.
‘Não confiam’
“A ascensão da máquina já está realmente acontecendo”, disse Thilo Koslowski, vice-presidente de prática automotiva da empresa de pesquisas Gartner.
“Mas muitos consumidores não confiam na tecnologia. Esse é o maior problema enfrentado por essas máquinas inteligentes”.
A Tesla Motors Inc. planeja lançar um carro com “direção automática” no próximo trimestre. A Cadillac, linha de luxo da General Motors Co., prometeu estrear no ano que vem um modelo que possui direção com mãos livres.
Também no ano que vem, a Audi, a Mercedes-Benz e a BMW oferecerão carros que assumem o controle em um congestionamento, permitindo que o motorista relaxe e se desestresse.
Dentro de dois anos, o A8 da próxima geração da Audi apresentará um “cérebro computadorizado central” que analisa instantaneamente dados provenientes de vários sensores e câmeras do carro e que pode tomar decisões rápidas na direção durante congestionamentos e viagens longas.
“E então, agora você devolve tempo ao indivíduo para ele fazer suas reflexões enquanto está atrás do volante ou simplesmente sentar no banco de trás e desfrutar de uma taça de café”, disse Anupam Malhotra, gerente sênior de veículos conectados da Audi.
Em um ano ou dois, alguns modelos Audi, BMW e Mercedes trafegarão com mãos livres em velocidades próprias para rodovias, mudarão de pista por conta própria e estacionarão sozinhos em uma garagem vertical.
Modelos para o cotidiano
As tecnologias de manutenção na pista e freio automático podem ser encontradas em modelos para o cotidiano de empresas como Honda Motor Co., Ford Motor Co., Hyundai Motor Co. e outras.
Os pacotes de assistência ao motorista, que há alguns anos eram vendidos por US$ 4.000 ou mais, agora podem ser obtidos por menos da metade disso.
O pacote de segurança do Subaru de Hendrickson custou a ele US$ 1.200. A linha Lexus, da Toyota Motor Corp., disse que oferecerá um conjunto de recursos de segurança semiautônomos no próximo SUV RX por menos de US$ 650.
O próximo grande salto: radar e câmeras operando em conjunto para permitir que os carros pilotem a si mesmos.
“A câmera são os olhos do carro e o radar, os ouvidos”, disse Bart Herring, gerente-geral de gestão de produto da Mercedes-Benz.
A Mercedes já vende um sistema que conduz um carro na rodovia a velocidades de até 190 quilômetros por hora, desde que o motorista mantenha uma mão no volante. Até 2016, a marca oferecerá um sistema de mãos livres, segundo a BCG.