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Mark Zuckerberg usa anúncios em jornais para pedir desculpas a usuários

Presidente da rede social enfrenta polêmica e investigações após vazamento de dados de usuários

Mark Zuckerberg: pedido de desculpas após escândalo de vazamento de dados (Stephen Lam/Reuters)

Mark Zuckerberg: pedido de desculpas após escândalo de vazamento de dados (Stephen Lam/Reuters)

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Reuters

Publicado em 25 de março de 2018 às 14h26.

Última atualização em 26 de março de 2018 às 09h42.

Londres - O presidente-executivo do Facebook, Mark Zuckerberg, pediu neste domingo desculpas aos britânicos por meio de anúncios em página inteira em jornais da Inglaterra em que cita "quebra de confiança" depois que uma consultoria política obteve dados de 50 milhões de usuários da rede social.

"Temos uma responsabilidade em proteger suas informações. Se não conseguirmos, não merecemos", diz o anúncio, assinado por Zuckerberg, também um dos fundadores do Facebook.

A maior rede social do mundo enfrenta cada vez mais desconfiança de governos e grupos da sociedade civil na Europa e nos Estados Unidos.

A publicação dos anúncios ocorreu depois de acusações feitas por um denunciante de que a consultoria britânica Cambridge Analytica acessou de maneira inapropriada informações de usuários do Facebook para construir perfis de eleitores norte-americanos que depois foram usados para ajudar a eleger o presidente Donald Trump em 2016.

O pedido de desculpas em texto preto em um fundo branco, com apenas um pequeno logotipo do Facebook, apareceu em publicações de domingo incluindo o The Observer - um dos jornais cujas reportagens sobre a questão mandaram os preços de ações do Facebook para baixo.

Zuckerberg disse que um aplicativo construindo por um pesquisador universitário "vazou dados de Facebook de milhões de pessoas em 2014".

"Isso foi uma quebra de confiança, e eu sinto muito que não fizemos mais na época", disse Zuckerberg, reiterando um pedido de desculpas feito primeiramente em entrevistas televisionadas nos Estados Unidos.

A Cambridge Analytica diz que inicialmente acreditava que os dados haviam sido obtidos de acordo com as leis de proteção de informações dos Estados Unidos, dizendo que eles foram apagados assim que o Facebook pediu. A consultoria diz que não usou os dados no trabalho que fez durante as eleições de 2016.

Na sexta-feira, investigadores da agência reguladora de dados britânica fizeram buscas nos escritórios da Cambridge Analytica em Londres por horas.

Zuckerberg, cuja empresa já perdeu mais de 50 bilhões de dólares em valor de mercado desde as acusações, disse que o Facebook garantirá aos usuários mais informações e controle sobre quem pode acessar seus dados.

"Obrigado por acreditarem nessa comunidade. Eu prometo fazer melhor para vocês", escreveu ele.

Os anunciantes Mozilla e o banco alemão Commerzbank suspenderam anúncios na plataforma e a hashtag #DeleteFacebook estava entre as mais usadas online.

Na sexta-feira, as páginas da fabricante de carros elétricos Tesla e da companhia de foguetes espaciais SpaceX - cada uma com mais de 2,6 milhões de seguidores - foram apagadas do Facebook depois que o fundador de ambas, o bilionário Elon Musk, prometeu retirá-las da rede social.

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