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Mark Zuckerberg compartilha como será o Facebook em 2026

Em entrevista, o cofundador e CEO do Facebook diz como enxerga a empresa atuando ao longo dos próximos 10 anos: internet, robôs e realidade virtual


	Mark Zuckerberg: o CEO falou como imagina o futuro de sua empresa e da internet
 (Divulgação/Facebook)

Mark Zuckerberg: o CEO falou como imagina o futuro de sua empresa e da internet (Divulgação/Facebook)

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Da Redação

Publicado em 22 de julho de 2016 às 16h32.

São Paulo – Não é todo dia que ouvimos Mark Zuckerberg falando sobre o Facebook, internet e como ele vê o futuro de tudo isso. Não é todo dia que o CEO e cofundador da maior rede social do planeta fala abertamente com a imprensa ou dá entrevistas exclusivas. Hoje, no entanto, parece um dia especial.

Ao site The Verge, Mark Zuckerberg deu uma extensa entrevista. Falou como imagina o futuro de sua empresa, da internet, das comunicações, e também falou sobre robôs, inteligência artificial e realidade virtual. Pouca coisa ficou de fora.

Após dez anos de existência, ele explica, o Facebook finalmente entendeu qual é seu motivo de existir: conectar as pessoas que não têm conexão com a internet. Para isso, a empresa precisa superar três obstáculos diferentes, que são acessibilidade, disponibilidade e conscientização.

A principal entre elas é a disponibilidade das redes. "Mesmo que tivessem um telefone, essas pessoas não teriam um sinal [de internet], já que não há nenhuma fibra ou nenhuma rede de banda larga móvel onde eles vivem", explica Zuckerberg. E esse não é um problema isolado. Ele afirma que 1,6 bilhão de pessoas convivem com esse desafio à conexão.

Foi a partir dessa questão que a empresa viu que precisa desenvolver tecnologias alternativas. As ideias são variadas. Nesta semana, por exemplo, aconteceu o voo inaugural de Aquila, um avião movido a energia solar que envia sinal de internet enquanto sobrevoa uma região.

Zuckerberg era um dos presentes neste primeiro voo. "Sabe, se você me dissesse, quando eu ainda estava começando o Facebook, que um dia eu iria construir aviões, eu diria que você era louco", disse. "Porém, os aviões são muito importantes para cumprirmos a missão de conectar todo o mundo."

Para vencer a questão da acessibilidade, Zuckerberg sugere duas aproximações: tornar os dados mais baratos ou então utilizar menos dados. O Facebook tem planos nessa área, como você já deve imaginar. Fornecer desenhos e tecnologias sem cobrar direitos de uso é uma dessas estratégias.

“Se podemos salvar os bilhões da indústria de telecomunicações, isso será revertido na forma de preços mais baixos de dados para os consumidores”, diz ele, de forma otimista.

A última questão é conscientizar pessoas que podem ter internet, mas que nunca tiveram a experiência e acham que se conectar é algo dispensável. O Facebook trabalha com o Free Basics para esses indivíduos. O programa permite o acesso de graça a serviços essenciais. A conclusão é que depois de ver um novo mundo, as pessoas aceitam pagar pelo acesso.

Realidade virtual e aumentada

Assim como já havia dito em uma apresentação na convenção F5, ele descreveu na entrevista o avanço do conteúdo na rede. No início, tudo era texto. Depois, a internet foi ganhando vida com fotos e, posteriormente, vídeos. “Mas esse não é o fim da linha”, diz ele se referindo à realidade virtual como próximo passo.

Ele acredita que serviços como Facebook, Messenger e WhatsApp terão interface especial para uso em dispositivos de realidade virtual. "Você terá óculos ou até lentes de contato. Você poderá olhar ao redor, ver coisas diferentes e interagir com todas elas usando as suas mãos", sonha o CEO.

Junto com a realidade virtual, também teremos interfaces com realidade aumentada -- e o Facebook já faz pesquisas nessa área. "Na minha mente, a realidade virtual é mais fácil de ser construída e levada a muitas pessoas, foi por isso que começamos com ela, do ponto de vista de produto. Mas também estamos pesquisando a realidade aumentada de forma muito séria."

Inteligência artificial

Para Zuckerberg, a inteligência artificial se divide em dois campos: reconhecimento de padrões e uma categoria gigantesca de aprendizado não supervisionado. Ele acredita que o reconhecimento de padrões pode melhorar a vida de muitas pessoas. A tecnologia poderia descrever imagens para deficientes visuais, identificar doenças de forma mais ágil e até identificar quais drogas funcionariam melhor em certas doenças.

“É importante lembrar que isso não é nenhuma mágica, certo? É matemática, estatística e reconhecimento de padrões, combinados ao uso de uma grande quantidade de dados”, explica.

Robôs

“Mensalmente, milhões de pessoas fazem perguntas a páginas do Facebook sobre informações do negócio”, explica Zuckerberg como a fonte da ideia da criação de robôs que conversam no Messenger. Com isso, não seria preciso ter uma pessoa, que leva horas ou dias, para uma simples resposta. Tudo ficaria automatizado.

“Eu não acho que conversação seja a melhor maneira de se interagir com tudo, mas acho que pode ser 10 ou 100 vezes melhor do que a forma como as pessoas interagem com estabelecimentos comerciais hoje”, explica.

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