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Mais dez ativistas do Greenpeace deixam a prisão na Rússia

Dez membros da tripulação do navio do Greenpeace Artic Sunrise detidos em setembro no Ártico deixaram a prisão

ativista (©afp.com / Igor Podgorny)

ativista (©afp.com / Igor Podgorny)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2013 às 12h37.

Dez membros da tripulação do navio do Greenpeace Artic Sunrise detidos em setembro no Ártico deixaram a prisão nesta quinta-feira (21) em São Petersburgo, após a libertação, na véspera, da brasileira Ana Paula Alminhana Maciel, anunciou a ONG em sua conta no Twitter.

O porta-voz do Greenpeace na Rússia, Andrei Allakhverdov, o médico Ekaterina Zaspa, o fotógrafo Denis Siniakov, o polonês Tomasz Dziemianczuk, o holandês David John Haussmann, o francês Francesco Pisanu, a finlandesa Sini Saarela, a argentina Camila Speziale, a dinamarquesa Anne Jenses e o italiano Cristian d'Alessandro foram libertados após o pagamento da fiança fixada em dois milhões de rublos (45.000 euros, quase 140.000 reais).

Um vídeo postado na internet mostra a saída de Siniakov e Allakhverdov, sorridentes.

"Este ainda não é um ponto final, mas uma vírgula", declarou Siniakov, após abraçar a esposa, a uma multidão de jornalistas.

Os 30 ativistas a bordo do Artic Sunrise foram detidos por um comando russo depois que alguns de seus tripulantes realizaram uma ação contra uma plataforma da petroleira Gazprom no Ártico.

Todos foram acusados de pirataria e posteriormente de vandalismo. A justiça russa não deixou claro se a primeira acusação, que pode levar a uma pena de até 15 anos de prisão, foi suspensa. A segunda pode acarretar uma pena de até sete anos.

Siniakov indicou, em declarações exibidas pela emissora Dojd, que a situação foi difícil de suportar.

"Foi horrível, porque por um lado eu achava que não era possível que eles fossem até o fim nos condenando por pirataria, mas é claro que esta pena irreal - de 10 a 15 anos - pesa como um fardo, para ser honesto", desabafou.

Ele relatou que as condições de detenção em Mourmansk, onde os 30 ativistas permaneceram presos por várias semanas, "eram bem piores" do que em São Petersburgo, para onde foram transferidos, mas que o mais difícil de suportar era a pressão psicológica.

Ele também ressaltou que os funcionários da prisão o trataram de forma correta.

Na quarta-feira, a bióloga Ana Paula Maciel deixou a prisão, não sem antes fornecer aos investigadores um endereço temporário em São Petersburgo.

Contudo, ainda não está claro se os ativistas libertados poderão deixar a Rússia, indicou à AFP um representante do Greenpeace, Mikhaïl Kreïndline.

Os cidadãos russos não foram proibidos de deixar a cidade, segundo a mesma fonte.

Siniakov e Allakhverdov indicaram que retornariam a Moscou, mas que estariam regularmente em São Petersburgo para as próximas audiências. Seus passaportes continuam apreendidos, o que os impede de deixar o país.

Nesta quinta, a Justiça concedeu liberdade sob fiança ao neozelandês John Beauchamp, ao cozinheiro russo Rouslan Iakouchev, aos britânicos Frank Hewetson e Iain Rogers, ao mestre de máquinas canadense Alexandre Paul e à turca Akhan Gizhem, elevando a 26 o número de ativistas que beneficiaram desta decisão, segundo o Greenpeace.

Até o momento, apenas o australiano Colin Russell teve sua prisão prorrogada por mais três meses, até 24 de fevereiro.

O embaixador australiano na Rússia, Paul Myler, disse em sua conta no Twitter que Russell irá recorrer da decisão e que está confiante.

Por sua vez, o presidente russo Vladimir Putin declarou nesta quinta que mesmo com objetivos louváveis, "os fins não justificam os meios".

"Servem a uma nobre causa? Sim. Fizeram o certo ao escalar a plataforma? Não", declarou, citado pelas agências de notícias russas.

A ação do Greenpeace tinha como objetivo denunciar os riscos da exploração de petróleo e gás no Ártico, uma região de ecossistema particularmente frágil.

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