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Maior vazamento da história expõe 16 bilhões de senhas — e Brasil está entre os mais afetados

Credenciais em português, obtidas por malwares e vendidas na dark web, ampliam risco de fraudes e invasões no Brasil

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 21 de junho de 2025 às 16h53.

Última atualização em 21 de junho de 2025 às 16h55.

Um dos maiores vazamentos de dados da história expôs mais de 16 bilhões de logins e senhas de usuários em todo o mundo, segundo análise da equipe do portal Cybernews. A descoberta inclui credenciais de serviços como Google, Apple, Facebook, GitHub, Telegram e órgãos governamentais, e foi possível graças à análise de pelo menos 30 bases de dados distintas, muitas delas inéditas em vazamentos anteriores.

Mais de 3,5 bilhões de registros foram associados a usuários de língua portuguesa, o que indica forte impacto sobre o Brasil e países lusófonos. Os dados estavam organizados com login, senha e URL de origem, o que facilita ataques automatizados contra serviços diversos — de redes sociais a sistemas bancários.

Segundo os pesquisadores, as informações vieram principalmente de três fontes: malwares do tipo infostealer, ataques de força bruta com senhas reutilizadas e reaproveitamento de dados de vazamentos anteriores.

Dados novos e prontos para exploração

O que diferencia esse vazamento é a estrutura e atualidade dos dados. Boa parte das credenciais nunca havia aparecido em bancos públicos, o que aumenta o risco de uso malicioso em larga escala.

“Isso não é apenas um vazamento — é um plano para exploração em massa”, disseram os pesquisadores da Cybernews. “Com mais de 16 bilhões de registros expostos, os criminosos têm acesso sem precedentes a dados que podem ser usados para roubo de identidade, sequestro de contas e phishing direcionado.”

Os arquivos já estariam sendo comercializados na dark web a preços acessíveis. Para o ex-especialista da NSA Evan Dornbush, “não importa o quão complexa seja sua senha. Se o banco de dados for comprometido, ela também estará”.

Brasil já teve 10 milhões de senhas vazadas em 2021

Essa não é a primeira vez que o Brasil é duramente atingido. Em 2021, um megavazamento global expôs 10 milhões de senhas de e-mails com domínio ".br", incluindo 68 mil credenciais de órgãos como o Congresso Nacional, STF e Petrobras.

Com a recorrência desses episódios, especialistas reforçam a urgência de adotar práticas seguras para a proteção de dados pessoais. Entre as medidas recomendadas:

  • Trocar imediatamente senhas reutilizadas em mais de um serviço;

  • Usar senhas únicas para cada conta, com ajuda de gerenciadores;

  • Ativar a autenticação em dois fatores (2FA);

  • Adotar passkeys, novo padrão de login sem senha;

  • Ficar atento a mensagens suspeitas, especialmente de phishing.

Passkeys ganham força como alternativa

Segundo a Forbes, o caso pode acelerar a adesão às passkeys, método que substitui senhas por autenticação biométrica ou códigos criptografados, como reconhecimento facial ou impressão digital.

Empresas como Apple, Google e Facebook já oferecem suporte ao sistema. A expectativa é de que, em até três anos, ele se torne o padrão de segurança para a maioria dos usuários da internet.

Mesmo sem confirmação oficial das big techs sobre usuários afetados, a recomendação geral é clara: todos devem revisar imediatamente sua segurança digital — e agir como se seus dados já estivessem comprometidos.

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