Rede nasceu de um experimento feito entre estudantes da Universidade de Harvard (Dado Ruvic/Reuters)
EFE
Publicado em 3 de fevereiro de 2019 às 16h37.
São Francisco - O Facebook, a maior rede social do mundo e onipresente nas interações pessoais online nos dias de hoje, seja por si mesmo ou pelos aplicativos de sua propriedade, como Instagram e WhatsApp, nasceu há 15 anos como um experimento entre estudantes da Universidade de Harvard (EUA).
A rede, que atualmente conta com 2,32 bilhões de usuários ativos mensais no mundo todo, tem suas origens em uma plataforma mais primitiva, Facemash, lançada em 2003 para que os universitários pontuassem o atrativo físico de seus colegas através de fotografias.
O Facemash gerou uma forte polêmica no campus e foi fechado pelos responsáveis da universidade depois de permanecer em operação durante somente dois dias, mas nesse pouco tempo obteve cerca de 22 mil votos emitidos por até 450 pessoas que se conectaram ao serviço.
Este sucesso inicial encorajou o jovem de 19 anos que estava por trás do Facemash, o então absoluto desconhecido estudante de informática e psicologia Mark Zuckerberg, a desenvolver o que seria a semente da empresa atual, "The Facebook", junto aos seus companheiros Eduardo Saverin, Dustin Moskovitz e Chris Hughes.
Assim, em 4 de fevereiro de 2004, entrou em funcionamento o "The Facebook", projetado como um diretório para informar e conectar estudantes e pessoal universitário entre si e ao qual 1,2 mil alunos de Harvard se conectaram nas seguintes 24 horas.
O serviço rapidamente se ampliou a outras universidades da área de Boston (Massachusetts, EUA) e do resto do país, mudando seu nome definitivamente pelo atual Facebook, e prosseguiu com a expansão, primeiro entre os institutos de ensino médio americanos e depois entre universidades internacionais.
Em setembro de 2006, após mais de dois anos em funcionamento, a plataforma deu um salto que marcaria para sempre seu futuro ao deixar de ser uma ferramenta restrita ao âmbito educacional e passar a estar disponível para o público geral, de maneira que qualquer internauta podia criar um perfil.
Este movimento fez com que a companhia passasse a ser, a partir desse momento, verdadeiramente atrativa para as empresas de publicidade, e o Facebook pôs assim os alicerces de um negócio que terminaria representando lucro de bilhões de dólares nos próximos anos.
Segundo os dados mais recentes de 2018, o Facebook recebeu cerca de 20% de todos os ingressos por publicidade gerados na internet nos Estados Unidos, unicamente atrás do Google.
Só dois anos depois de começar a aceitar usuários de fora do âmbito educativo, a plataforma se transformou (2008) na rede social mais usada do planeta, um título que não abandonou desde esse momento, desbancando o então popular, mas agora praticamente residual portal Myspace.
Após quatro anos, em maio de 2012, o Facebook começou a cotar na Bolsa de Nova York, o que supôs a maior oferta inicial de venda (IPO) já registrada até o momento por uma companhia de internet, conseguindo US$ 16 bilhões, que deram à empresa uma cotação da bolsa de US$ 102 bilhões.
A modo de comparação, quando a Google saiu ao mercado oito anos antes em 2004, seu IPO alcançou os US$ 1,9 bilhão.
Durante os últimos anos, o Facebook seguiu crescendo, especialmente nos mercados emergentes, e teve que se adaptar à revolução do telefone celular, de onde atualmente procedem cerca de 90% de seus ingressos por publicidade frente a uma redução de seu uso em computadores.
Nos dois últimos anos, especialmente desde que "hackers" russos usaram a plataforma para influenciar nas eleições presidenciais dos EUA de 2016, a firma foi envolvida em diversas polêmicas, que a situaram à frente do debate sobre a privacidade e a comunicação na era da internet. EFE