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Made in India: iPhone 17 marca virada histórica da Apple, que refez sua produção fora da China

Com Foxconn e Tata à frente da fabricação, o novo parque industrial deixa de ser coadjuvante e acelera entrega dos iPhone que começam a ser enviados aos clientes dias após o lançamento

Tim Cook, CEO da Apple: nas mãos, o novíssimo iPhone 17 Pro Max (Justin Sullivan/Getty Images)

Tim Cook, CEO da Apple: nas mãos, o novíssimo iPhone 17 Pro Max (Justin Sullivan/Getty Images)

André Lopes
André Lopes

Repórter

Publicado em 10 de setembro de 2025 às 06h20.

Última atualização em 10 de setembro de 2025 às 16h19.

O lançamento do iPhone 17 na terça, 9, marca um ponto de inflexão na história da Apple: pela primeira vez, os aparelhos vendidos nos Estados Unidos e na Europa têm como origem majoritária fábricas na Índia, e não na China. A mudança é resultado de anos de pressão por diversificação da cadeia de suprimentos iniciada pelo presidente Donald Trump, e estímulos do governo indiano por meio do programa PLI (Production-Linked Incentive).

O impacto já aparece na balança comercial: só no primeiro semestre de 2025, as exportações de smartphones indianos saltaram 30%, para 40 milhões de unidades, sendo os iPhones responsáveis pela maior fatia.

Até pouco tempo atrás, os modelos fabricados em Bengaluru (Foxconn) e Hosur (Tata Electronics) chegavam ao mercado com atraso de semanas em relação às versões produzidas na China. Em 2023, a linha Pro ainda desembarcava com defasagem.

Agora, graças à expansão de capacidade, fábricas com potencial para até 100 mil trabalhadores, todos os modelos, incluindo Pro e Pro Max, foram prometidos simultaneamente a partir das fábricas indianas.

A operação não se restringe ao novo iPhone 17: os parques industriais também continuam montando gerações anteriores, como iPhone 14, 15 e 16, abastecendo tanto o mercado interno quanto exportações para a Europa.

Geopolítica e incentivos industriais

A mudança tem raízes políticas e econômicas. A guerra comercial entre EUA e China, intensificada nos últimos anos, tornou a dependência de Pequim um risco estratégico para empresas de tecnologia. Ao mesmo tempo, a Índia aproveitou a oportunidade para se posicionar como novo polo industrial.

Desde 2021, o governo indiano oferece incentivos bilionários pelo PLI. Em quatro anos, Apple e seus fornecedores produziram localmente mais de US$ 45 bilhões em iPhones, dos quais US$ 34 bilhões foram exportados. Só em 2025, o valor de produção já chega a US$ 22 bilhões, quase 80% destinados a mercados externos.

Essa escala coloca a Apple no centro de uma transformação: a Índia deixa de ser destino periférico para se consolidar como base industrial global da empresa. A transição, no entanto, não é neutra. O iPhone 17 Pro subiu de preço nos EUA, de US$ 999 para US$ 1.099, reflexo do ambiente tarifário mais complexo e da necessidade de reestruturar cadeias de fornecimento.

Ao apostar na Índia, a Apple sinaliza que o futuro da produção global de eletrônicos de consumo pode estar mudando de endereço. A escala de fábricas como a da Foxconn em Bengaluru, e o volume de empregos criados (mais de 25 mil contratados, com potencial para quadruplicar) mostram que o “Made in India” deixou de ser promessa.

E ainda assim, os modelos de entrada mantiveram os preços nos EUA, o principal mercado da marca: o iPhone 17 básico parte de US$ 799, o iPhone Air (que substitui o Plus) custa US$ 999 e o iPhone 16e sai por US$ 599, todos agora com armazenamento inicial de 256 GB.

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