Da Redação
Publicado em 14 de maio de 2014 às 20h27.
Avaliação de Airton Lopes/ Para quem reclamava que a Apple deixou de surpreender, o Mac Pro é uma resposta e tanto. Ele impressiona pelo poder de fogo, pelo design inusitado e pelas soluções inovadoras para controlar a temperatura e a emissão de ruído em um computador cujo corpo tem um oitavo do volume do Mac Pro anterior. Na versão-padrão avaliada pelo INFOlab, com processador de seis núcleos e duas placas de vídeo, custa 19 499 reais, valor que não inclui mouse, teclado nem monitor.
Obviamente não se trata de um PC para uso doméstico. Somente profissionais que lidam com edição de vídeo conseguem aproveitar toda a velocidade que o Mac Pro tem a oferecer com sua configuração de vanguarda. A memória DDR3 com barramento de 1 866 GHz proporciona o dobro da largura de banda de memória da versão anterior. O drive SSD com interface PCI Express 4x tem velocidade dez vezes maior do que a de um HD de 7 200 RPM. Mas sua capacidade é de apenas 256 GB, o que força o usuário a trabalhar com HDs externos plugados nas quatro portas USB 3.0 ou nas seis Thunderbolt 2, que também são aproveitadas para, com a ajuda de uma conexão HDMI 1.4, ligar até três monitores 4K.
Avaliação de Lucas Agrela/ O Mac Pro 2013 é uma máquina com design inovador e chamativo. Preto e rendodo, o aparelho pode ser um artigo de decoração para a sua casa ou empresa, mas não se engane: ele é realmente muito mais do que isso. Este é o Mac Pro mais potente já lançado pela Apple e conta pela primeira vez com duas GPUs ao sair da fábrica. O aparelho é extremamente potente apesar de seu alto custo e pode ser usado especialmente por profissionais de vídeo, designers e até mesmo cientistas que usam OpenCL.
O computador causou uma polêmica em seu lançamento no Brasil no ano passado devido ao seu preço de 13 mil reais. Depois disso, a empresa chegou a anunciar no dia 1º de abril de 2014 que devido ao aumento da alíquota do ICMS em São Paulo, que foi de 50%, atingiu diretamente os preços de seus aparelhos. Ou seja, toda a linha Mac teve um aumento de valor. Com isso, o modelo mais simples do Mac Pro agora sair por 14.500 reais e a mais robusta (que foi a analisada pelo INFOlab) custa 19.500 reais. Mesmo com o alto custo, a constatação dos especialistas do INFOlab é categórica: não é possível montar um aparelho tão potente e eficiente na dissipação de calor quanto o Mac Pro por menos do que o preço cobrado pelo aparelho. Além disso, o tamanho da máquina seria muito maior.
Este é o grande ponto do Mac Pro. Mesmo com a comparação do produto com uma lata de lixo de plástico feita em tom de brincadeira por diversos internautas à época do lançamento. O Mac Pro é composto por três placas montadas sobre uma logic board principal, formando uma espécie de prisma com base triangular. As duas GPU formam um dos vértices e o SSD colado sobre uma delas é o único elemento que quebra a simetria desse arranjo. No terceiro lado do triangulo, encontramos as conexões e, por trás delas, a CPU. Fechando o prisma no topo, encontramos o fan principal, que também contém as antenas do computador. Apesar do formato inusitado, mas a organização interna é admirável.
Entretanto, esse design curioso tem uma explicação. Ele é uma consequência do desejo de criar um heatsink unificado, que, por sua vez, permitiu a montagem de uma máquina poderosa em uma carcaça de dimensões relativamente minúsculas (16 x 25 x 16 cm) se comparado a uma máquina de configuração similar.
Nos PCs, é preciso ter dissipadores de calor e ventiladores dedicados tanto para as CPUs, quanto as GPUs. No Mac Pro, essas estruturas funcionam de forma compartilhada. O material da carcaça do aparelho, o alumínio, serve como um grande heatsink e todo o ar que passa pelos componentes é direcionado pelo fan que reside no topo do aparelho. Ou seja, o design fora do padrão de uma explicação plausível e digna: a Apple foi capaz de comprimir um computador muito potente em um corpo relativamente pequeno e de formato circular.
Apesar da potência, o Mac Pro é muito silencioso e pode dispersar rapidamente o calor emitido por seus componentes. No INFOlab, usando a máquina em todo seu potencial, a saída de ar atingiu 44,8ºC, sendo que a temperatura ambiente era de 30°C. O ruído registrado na saída de ar foi de 89bB, enquanto o ambiente era de 57dB. Contudo, ele é um produto bastante pesado. A título de curiosidade, este vídeo mostra o processo de montagem do novo Mac Pro.
A configuração do Mac Pro 2013 é a melhor entre todos os aparelhos que já passaram pelo INFOlab. O hardware é extremamente robusto. o processador é um Intel Xeon E5-1650 v2 - 3,5 GHz - (6 núcleos e 12 threads - Max. 3,9 GHz), o FSB e cache L2/L3 é de 12MB, a placa-mãe é proprietária da Apple, a memória é de 16GB DDR3 1866MHz ECC (4 x 4GB) e há um SSD PCIe 256 GB para armazenamento de arquivos. Ou seja, você vai precisar usar HDs externos para trabalhar com vídeos ou grandes arquivos.
As portas USB perdem espaço no modelo: são apenas quatro e compatíveis com o padrão USB 3.0. Essa iniciativa parece ser uma tentativa de forçar a padronização da conexão Thunderbolt.
Com essa configuração, é possível atingir picos de transferência de dados próximos de 1GB, por meio de uma das suas seis portas Thunderbolt 2 disponíveis. Isso é uma marca aburdamente veloz e é excelente para quem precisa trabalhar com arquivos de vídeo em resolução 4K, por exemplo.
A AMD Fire Pro D500, que vem em dupla no Mac Pro, é uma tremenda placa. Ela possui 1536 stream processors rodando a um clock básico de 650 MHz. Seu output máximo alcança 2227 GFLOPs e ela tem uma interface de memória bem ampla de 384-bit. No line-up da Apple, ela é a escolha intermediária entre a D300 e a D700. Todas as versões trabalham com 16 lanes de PCIe 3.0 para cada placa e utilizam um conector proprietário. Um ponto curioso das specs é que ela não tem ECC habilitado na sua memória GDDR5. O ECC costuma estar presente tanto na DDR quanto na GDDR das workstations, mas isso não ocorre no Mac Pro.
Existe, contudo, uma flexibilidade razoável de configuração no momento da compra. O Mac Pro tem quatro opções de CPU (entre 4 e 12 núcleos), três opções de GPU (D300, D500 e D700; entre 2 GB e 6 GB de VRAM em cada placa) e três opções de storage interno (SSDs de 256 GB até 1 TB). Mas, independentemente dessas opções, a economia que a possibilidade de upgrade representa para uma empresa a longo prazo continua sendo uma questão delicada. Trocar o SSD e as GPUs, contudo, está fora de questão.
Determinar se o Xeon é um componente útil depende muito do uso. Mesmo tarefas extremamente pesadas, como a execução de certos jogos, não se beneficiam muito de um Xeon em comparação com um Core i7 comum. Quem, por qualquer razão, também usa aplicações profissionais como o Photoshop em versão mais antigas também vai sentir pouca diferença. No entanto, os testes para aplicações de vídeo são evidentes, como descritas no item seguinte deste review.
Vale notar que o Mac Pro não tem suporte ao Windows 7, por meio do Bootcamp, só é possível instalar o Windows 8. Durante os testes do INFOlab, contudo, uma falha de software do Mac OS impediu a instalação do sistema operacional da Microsoft. Portanto, não foi possível rodar os benchmarks tradicionais, exceto pelo GeekBench, no qual ele marcou 19.460 pontos.
Em testes do INFOlab usando o popular software de edição de vídeo Final Cut Pro 10.1, que foi desenvolvido especificamente para se aproveitar das duas GPUs AMD FirePro D500 (modelo customizado para a Apple). A eficiência na execução do programa foi incrível. Na renderização do arquivo final, ele usa quase toda a capacidade do processador e boa parte da potência de ambas as placas de vídeo. Como esses processos são adaptativos, isso não atrasa muito as outras atividades da máquina.
Ao passar um arquivo de 2h22min do filme da Marvel Os Vingadores da resolução Full HD para HD, o Final Cut demorou 54 minutos, quase 23% menos do que o tempo levado pelo software Hanbrake (Foi o encoder x264 e o profile h.264 level 5.2, que é o mais recente), que faz a codificação por meio da CPU do aparelho.
Mas foi no processamento de vídeo em 4K que o peso das GPUs se fez sentir. O mesmo vídeo de 4min02sec demorou apenas 1m37sec para ser reduzido para 1080p. Ou seja, ele demora quase dez vezes menos que o software CPU-bound Handbrake.
Também foram realizados testes de edição. Usar a função de melhoria automática do áudio leva apenas 2 minutos, por exemplo. Diminuir a velocidade do clipe inteiro para 50% (ou seja, dobrar a quantidade de frames) demora cerca de 28 minutos e corrigir automaticamente a cor do vídeo em 4K é um processo que leva somente 1min50sec.
É importante notar que a Apple notar que a Apple tem suporte a dois monitores com resolução 4K que funcionam em 60Hz. Eles são o Sharp PN-K321 e o Asus PQ321Q. Outros modelos de display não devem contar com a frequência de 60Hz, o que prejudica a experiência de uso especialmente em games. Ainda assim, a máquina suporta até 3 monitores simultâneos, mas só em 24 Hz
Falando em jogos, essa não é a máquina mais adequada para isso, especialmente porque é possível comprar um aparelho mais barato que pode entregar uma performance mais agradável. Isso acontece porque, apesar de ter duas GPUs, a grande maioria dos games não consegue rodar nas duas ao mesmo tempo. No Windows, isso é possível via software, mas no Mac isso não acontece. Isso se deve ao fato de que este é o primeiro Mac Pro que sai de fábrica com duas GPUs, algo que era preciso ser feito pelo próprio consumidor comprando a segunda placa de vídeo separadamente. Placas de uma série como a GTX, por exemplo, possuem uma série de otimizações de pipeline voltadas para jogos que aceleram tarefas como antialising visual, renderização de texturas pequenas e outros.
O Mac Pro é uma máquina muito, muito poderosa mesmo, que funciona dentro de um corpo bastante reduzido graças a um trabalho de engenharia de produto excepcional da Apple. Ele é voltado para profissionais de edição de vídeo especialmente e seu uso para games pode não justificar o preço de venda no Brasil. Vale citar novamente: este é o melhor computador da linha Mac atualmente.
Processador / Cache | Intel Xeon E5-1650 v2 - 3,5 GHz - (6 núcleos e 12 threads - Max. 3,9 GHz) |
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FSB e cache L2/L3 | 12 MB |
Placa-mãe | Design proprietário |
Chipset (North Bridge/ South Bridge) | Conjunto customizado de controladores |
Memória (MB) / Tipo | 16GB DDR3 1866MHz ECC (4 x 4GB) |
Armazenamento | SSD PCIe 256 GB |
Sistema operacional | Mac OS X 10,9 Mavericks |
GPU | 2x AMD FirePro D500 (modelo customizado para a Apple) |
Cache | 6 GB (3+3) |
Prós | Melhor configuração já testada no INFOlab; design único; grande número de portas de dados e de vídeo; Suporte a até 3 monitores 4K; |
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Contras | Não tem drive óptico ou leitor de cartão; limitações de upgrade; alto custo; |
Conclusão | Ótimo para produtividade em edição de vídeos em 4K, hardware muito potente com design único no mercado |
Configuração | 9,6 |
Áudio e vídeo | 9,7 |
Conectividade | 9,0 |
Design | 8,8 |
Média | 9.4 |
Preço | R$ 19.499 |