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Lytro LFC

Com recursos singulares para as lentes e seu sensor, a Lytro é uma câmera muito mais inventiva do que prática. Ao contrário de uma câmera digital compacta convencional, que se concentra em oferecer uma captura de imagem mais ampla e com qualidade, a Lytro se destaca após o clique. Com uma interface simples em exagero, […]

Lytro

Lytro

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2013 às 21h09.

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Com recursos singulares para as lentes e seu sensor, a Lytro é uma câmera muito mais inventiva do que prática. Ao contrário de uma câmera digital compacta convencional, que se concentra em oferecer uma captura de imagem mais ampla e com qualidade, a Lytro se destaca após o clique.

Com uma interface simples em exagero, o usuário faz pouco mais do que conferir o enquadramento no pequeno LCD de 1,46 polegadas e pressionar o botão de disparo. A mágica da Lytro acontece no software que gerencia as imagens no PC. Dá para alterar a área de foco da foto e deslocar ligeiramente o quadro. Tudo funciona como se, na prática, várias fotos diferentes fossem registradas. A diferença é que a uma única imagem, não deixando risco de posições diferentes, diferentes valores de iluminação ou adversidades, como uma nuvem que surge sem aviso e altera as condições da cena.

No entando, existem inúmeras ressalvas com relação a esse processo. A primeira delas é que a resolução é degradada. Por causa da maneira como as fotos são renderizadas, não existe uma relação direta entre a resolução do sensor e a da imagem final. As imagens que são convertidas para JPEG acabam com apenas 1,2 MP.

Software e interface

O hardware é apenas parte do processo, é claro. Como o sensor é um CMOS comum (o filtro de Bayer também é um RGGB normal com 12 bits de cor por canal), os valores de exposição que ele processa são basicamente os mesmos que em qualquer câmera. A mágica acontece na maneira como o software interpreta esses dados.

Para ser convertida em JPEG, a imagem deve ser interpolada de uma maneira que trate cada área de pixels cobertos por uma microlente como um único pixel maior. No entanto, esse processo produz imagens estáticas comuns. Os arquivos reais da Lytro, que contém todos as informações de exposição de exposição e ângulo de luz usa a extensão LFP. Curiosamente, a Lytro deliberadamente esconde esses arquivos (Obtê-los no Windows é um processo bem complicado e, no Linux, é basicamente impossível) e mostra apenas o resultado final no software ou no site. Um problema prático é que não há maneira óbvia de fazer um backup móvel da câmera. O usuário não pode guardar os arquivos em um pen drive, por exemplo, pelo simples fato de que eles não são facilmente acessíveis.

Foto por: INFO

Um dos elementos mais interessantes dos LFP é que eles vêm em par (ou em trio, se você se der ao trabalho de processar a foto para mudar a perspectiva): um deles contém as informações brutas e o outro oculta um grupo de JPEGs comprimidos que, de certa forma, representam a imagem com profundidades de campo diferentes. Um sujeito bem engenhoso chegou a escrever um script em Python para combinar essas imagens e gerar uma foto final com todos os pontos possíveis em foco.

De qualquer maneira, a experiência da Lytro acaba sempre sendo mediada pelo software ou pelo site da própria empresa. Neles, o usuário pode determinar o ponto de foco da imagem ou alterar um pouco a perspectiva. A imagem aparece em um quadrado relativamente pequeno, e pode apenas ser magnificada dentro desse limite. A ideia da Lytro é que você suba as fotos para o storage online da empresa e use um link embeded para exibi-la no Facebook e outros sites. Pessoalmente, o quadradinho da Lytro me lembra muito as bugigangas que brincavam com óptica e imagética no final do século XIX, como o zootropo ou o fenacistocópio. 

Foto por: INFO

Foto por: INFO

A interface em si do programa de PC é muito simples, em parte porque não há muito para se fazer com as fotos. Além de processar as imagens para mudar a perspectiva, é possível aplicar alguns filtros simples (blur, sépia, etc) e visualizar algumas informações do que poderíamos chamar de “EXIF” da Lytro.

Embora o funcionamento da câmera seja um pouco difícil de entender, utiliza-la não poderia ser mais fácil. Ela possui apenas um botão de ligar e outro para controlar o obturador. O resto dos controles são mediados por uma interface de toque que cobre a tela e parte do corpo da câmera. Para dar zoom, por exemplo, o fotógrafo deve passar o dedo sobre um faixa no topo da câmera. 

Existem dois modos de operação: Everyday e Creative. No modo Everyday a profundidade de campo potencial é decidida pela própria câmera, que procura deduzir quais são os elementos importantes da cena (da mesma forma que uma câmera comum no automático “adivinha” que pontos da cena merecem exposição). Quando o usuário toca na tela durante o modo Everyday, os valores de exposição são travados. No modo Creative, por sua vez, o usuário determina qual plano de imagem é o mais importante ao tocar na tela. Durante os testes, meus melhores resultados foram produzidos no modo Creative, justamente por que esse controle extra permite que a Lytro foque em objetos muito próximos. Vale notar também que ela entra em atividade tão rapidamente quanto um smartphone.

Um dos pontos negativos da operação é que o viewfinder é muito pequeno e tem baixa resolução. É bem difícil determinar se uma foto ficou boa ou não através dele.

Qualidade de imagem

Depois de tudo isso, creio que ficou claro o quão inusitada a Lytro é. Stricto sensu, compara-la diretamente com outras câmeras seria injusto porque a informação que ela capta e a maneira como ela trata esses dados difere das outras máquinas. Contudo, para o consumidor final, isso é irrelevante. O que importa são os resultados e, nesse sentido, a Lytro não se sai muito bem.

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Por mais estranha que a Lytro pode ser, ela ainda é uma câmera obscura e adere às leis da física. As preocupações habituais, como balanço de branco e representação de cor, ainda são válidas para essa câmera. 

Os JPEGs exportados não ficam nada bem se o usuário não se dá ao trabalho de corrigir o foco. A baixa resolução também faz com que todos os detalhes finos se percam. Curiosamente, ela até que lida bem com as cores quando comparada às câmeras compactas normais. Algumas imagens acabaram adotando um tom um pouco azulado, mas o aspecto não é ruim. Curiosamente, ela raramente utilizou uma velocidade mais rápida que 1/125 s. O resultado que é a maioria das fotos com movimento acabou borrada. Cenas de amplo contraste dinâmico são a principal fraqueza da Lytro.

Ficha técnica

Sensor11 MP
Armazenamento8 GB
ZoomLente de 43-340 mm

Avaliação técnica

PrósCapacidade de ajustar o foco da imagem depois do registro; inovação no sistema de captação; compacta;
ContrasRecursos de captura limitados; dependência do software para os resultados; limitação na interface e recursos;
ConclusãoApesar da enorme inovação que ela representa, a Lytro não é muito mais que um brinquedo na prática.
Média7.0
PreçoUS$ 399
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