linux (ferruiz/Flickr)
Da Redação
Publicado em 13 de março de 2014 às 16h18.
O Linux ainda está de longe de ser o sistema operacional dominante nos computadores das companhias brasileiras de TI. Ou pelo menos é isso que apontam os resultados do Censo da Associação Brasileira de Profissionais de Tecnologia da Informação, a Assespro: segundo a pesquisa, o SO de código aberto é adotado em apenas 41% das empresas entrevistadas.
Para efeito de comparação, a linha Windows está presente em 78% delas. O Linux ainda fica à frente do Mac OS, usado por apenas 10%, e dos sistemas operacionais móveis, que contam com 28% de participação nas companhias de TI. Aliás, vale ressaltar que há empresas que usam vários sistemas operacionais, e por isso a soma das porcentagens ultrapassa os 100%.
O estudo foi feito pelas Assespro Nacional em parceria com a Associação das Empresas de TI da América Latina, Caribe, Portugal e Espanha (ALETI), e envolveu 849 empresas de 17 países. Por isso, estabelecer uma comparação com o uso do Linux nessas outras regiões é até fácil e revela um resultado que não é dos mais animadores, especialmente se levarmos em conta as iniciativas recentes do governo para tentar fomentar o uso de sistemas abertos.
O Brasil é o país com menor adoção do SO entre todos os envolvidos na pesquisa, e apenas os dois europeus mostraram um resultado relativamente parecido. Em nossos vizinhos (Argentina, Paraguai, Bolívia, Chile e Uruguai), a porcentagem de empresas que adotam Linux chega a 58%, enquanto no México e no resto da América Central, o número alcança os 49%.
Foi uma surpresa ficarmos atrás nessa comparação, disse a INFO Roberto Mayer, presidente da ALETI e VP de Relações Públicas da Assespro Nacional. Para ele, a política de incentivo ficou longe de surtir o efeito desejado, muito porque os investimentos acabaram focados demais no próprio governo e não mexeram no mercado.
Em termos de tecnologias abertas, essa inferioridade numérica brasileira persiste. Por aqui, apenas 38% das companhias nacionais de TI disseram à Assespro que usam algum recurso de código aberto de forma contínua ou ao menos frequentemente. Nas redondezas pela América e na Europa, esse número bate os 55%.
São poucas também as empresas daqui que adotam um modelo open source para suas tecnologias. Apenas 9% delas disponibilizam os códigos de seus programas; já na vizinhança e na Península Ibérica, o porcentual chega a 22% e 28%, respectivamente. Se as empresas não disseminam essas tecnologias, é porque acham que não compensam, disse Mayer. E mudar essa visão é algo em longo prazo e depende de uma a política pública que funcione, claro.