A licitação da rede de telecomunicações do Banco do Brasil foi suspensa na quinta-feira (27/11) por uma liminar obtida pelo Sindicato dos Técnicos Industriais de Nível Médio de São Paulo (Sintec-SP). Marcada para a manhã de quinta-feira, ela foi suspensa logo após ter sido iniciada, quando um oficial de Justiça entregou a decisão da 4 Vara Federal.

A licitação do BB é considerada o principal negócio do ano no setor de telecomunicações. A rede do banco é a maior rede privada do país. Ela interliga 12.000 pontos em todos os estados. Segundo o advogado do Sintec-SP, Rui Gebara Portão, o pedido de liminar foi entregue na terça-feira (25/11) e a decisão da Justiça foi dada na noite do dia seguinte.

A alegação do sindicato é que, com a terceirização, haverá um grande número de demissões entre os técnicos que hoje trabalham na manutenção da rede. Além disso, de acordo com o advogado, o negócio promove a venda irrisória de um patrimônio que foi constituído com dinheiro público. A assessoria de imprensa do BB, procurada, disse que o a instituição não vai comentar a suspensão do leilão. Grandes bancos, como Itaú, Bradesco ou Unibanco, não são mais donos de suas redes de telecomunicações. Eles julgaram mais vantajoso terceirizá-las depois da privatização da Telebrás e da abertura do mercado para a competição.

Na última terça-feira (25/11), o gerente-executivo do projeto Renovação dos Serviços de Telecom do BB, Angelino Caputo de Oliveira, disse durante evento em São Paulo que a rede é avaliada em 76 milhões de reais. Ele disse que, pelo projeto de licitação, ela seria entregue como parte do pagamento a ser feito aos provedores que vencerem o leilão. O objetivo do banco é a contratação de serviços de telecomunicações. O que diferencia a licitação dessa rede das demais realizadas no mercado é que, no caso do BB, a terceirização iria além da rede física.