As colisões múltiplas a 7 TeV vão cada uma criar Big Bangs em miniatura, produzindo dados que milhares de cientistas passarão anos futuros analisando. (.)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2010 às 10h48.
Genebra - O maior experimento científico do mundo vai procurar a partir de 30 de março colidir partículas no nível mais alto de energia já tentado, recriando as condições presentes no momento do "Big Bang", que teria marcado o nascimento do universo, 13,7 bilhões de anos atrás.
O Grande Colisor de Hádrons (LHC), situado em um túnel subterrâneo circular de 27 quilômetros de extensão sob a fronteiro franco-suíça, começou a circular partículas em novembro passado, depois de ser fechado em setembro de 2008 devido a superaquecimento.
No momento, raios gêmeos estão circulando a 3,5 tera-eletron volts (TeV), a energia mais alta já alcançada, e vão acelerar nos próximos dias, segundo o Conselho Europeu de Pesquisas Nucleares (CERN).
"A primeira tentativa de realizar colisões a TeV (3,5 TeV em cada raio) está programada para 30 de março", disse o CERN em comunicado nesta terça-feira.
O diretor-geral do CERN, Rolf Heuer, afirmou: "Pode levar horas ou até dias para conseguirmos colisões".
As colisões múltiplas a 7 TeV vão cada uma criar Big Bangs em miniatura, produzindo dados que milhares de cientistas passarão anos futuros analisando.
O simples alinhamento dos raios já é um desafio por si só. É um pouco como disparar agulhas de lados opostos do Atlântico e conseguir que colidam na metade do caminho", disse Steve Myers, diretor de aceleradores e tecnologia do CERN.
Uma vez estabelecidas as colisões em alta velocidade, o plano é continuar operando continuamente por 18 a 24 meses, com uma curta pausa técnica no final de 2010, disse o CERN.
De acordo com representantes do conselho, é possível que seja detectada matéria escura, que os cientistas acreditam que compõe 25% do universo mas cuja existência nunca foi comprovada.
Astrônomos e físicos dizem que apenas 5% do universo é conhecido hoje e que o restante invisível consiste de matéria escura e energia escura, que compõem respectivamente 25% e 70% do universo.
"Se conseguirmos detectar e entender a matéria escura, nosso conhecimento vai se ampliar para abranger 30% do universo, o que seria um avanço enorme", disse Heuer em coletiva de imprensa no início do mês.