Maior acelerador de partículas do mundo será fechado pela segunda vez (.)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h48.
O Grande Colisor de Hadrons (LHC) deverá ser desligado no final de 2011 por até um ano para revisão em seu design.
Localizada no Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN), a máquina foi projetada para enviar feixes de prótons em direções opostas, a uma velocidade próxima à velocidade da luz. Circulando em um túnel de 27 km de extensão construído na fronteira franco-suíça, as partículas colidem e liberam grande quantidade de energia.
O objetivo final é conseguir colisões a 14 trilhões de elétron-volts (TeV), recriando as condições existentes apenas momentos após o Big Bang.
De acordo com o Dr Steve Myers, um dos diretores do LHC, a necessidade de revisão deverá atrasar em dois anos a meta prevista de colisões em potencial máximo.
Apesar disso, até o fim do mês, a máquina deverá alcançar um recorde mundial com 7 TeV.
Esta não é a primeira vez que o LHC será desligado. A máquina foi reiniciada recentemente após passar 14 meses fechada devido a um acidente em setembro de 2008. Na época, uma tonelada de hélio vazou no túnel, resultando no aquecimento dos imãs um incidente conhecido como "quenches".
Em entrevista à BBC News, Myers afirmou que os engenheiros estão confiantes de que a máquina agora está segura, mas querem evitar um novo colapso. Por isso, decidiram rodar o LHC com apenas metade de sua potência. Os experimentos a 7 TeV serão realizados durante 18-24 meses, começando agora em março, e durarão até o fim de 2011, quando tudo será desligado.
Dessa vez, o problema é com a cobertura de cobre que envolve as ligas dos supercondutores no túnel. Esses mecanismos são feitos para pegar a corrente se um dos imãs do LHC esquentar ou seja, eles são a segurança quando ocorre um "quench".
Myers afirmou que, com mais recursos, gente e qualidade de controle, possivelmente essas falhas poderiam ser evitadas, mas que ele tem "dificuldades em pensar que essa situação foi causada pro algum erro de design".
O diretor ainda defende que a complexidade do LHC é muito grande, e que as pessoas raramente comentam sobre os milhares de experimentos bem sucedidos.