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Lenovo compra CCE e busca liderança em PCs no Brasil

Com a compra, a segunda maior fabricante de computadores do mundo afirma que vai quase dobrar sua participação de mercado em PCs no país


	Notebook ideaPad U350 da Lenovo

Notebook ideaPad U350 da Lenovo

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Da Redação

Publicado em 5 de setembro de 2012 às 17h59.

São Paulo - A chinesa Lenovo anunciou nesta quarta-feira a compra da brasileira CCE, numa estratégia para se tornar a maior companhia de computadores no Brasil, posição atualmente ocupada pela Positivo Informática.

O valor base da aquisição é de 300 milhões de reais, sujeito a ajustes, segundo comunicado da Lenovo enviado ao mercado de Hong Kong. Entre os ajustes da operação em dinheiro e ações estão cumprimento de alguns indicadores de desempenho da CCE até 2016 que podem aumentar o valor em até 400 milhões de reais.

A compra envolve as empresas Digiboard Eletrônica, produtora de placas eletrônicas e painéis de cristal líquido e LED; Digibras, que detém a marca CCE e monta produtos como computadores, TVs e celulares; e Dual Mix.

Com a compra, a segunda maior fabricante de computadores do mundo, que no Brasil atualmente se foca mais no segmento corporativo, afirma que vai quase dobrar sua participação de mercado em PCs no país, adicionando celulares e televisores à sua linha de produtos.

"Nos últimos anos estabelecemos uma posição número 1 em mercados emergentes e esperamos fazer o mesmo no Brasil. Atuamos forte nos grandes mercados emergentes... Somos dominantes na China, estamos em terceiro na Rússia e em primeiro na Índia, e estamos investindo pesado no Brasil", afirmou a companhia em comunicado à imprensa.


A Digibras foi criada em 1964. A companhia tem sete fábricas no polo industrial de Manaus e em São Paulo, cerca de 6 mil funcionários e faturou 1,6 bilhão de reais em 2011. A empresa produziu no ano passado 774 mil PCs e expectativa para este ano é de 887 mil unidades.

Segundo o Morgan Stanley, a Lenovo está perto de atingir o equilíbrio financeiro em mercados emergentes, mas o Brasil é a região onde a maior parte de suas perdas ocorrem, principalmente por causa de altas taxas de importação e fraca rede de distribuição de produtos.

A compra da CCE ocorre após a Lenovo ter investido 30 milhões de dólares em uma fábrica em Itu (SP) e feito uma oferta pela Positivo em 2008 que foi recusada pela companhia brasileira.

"A CCE é uma aquisição excelente com sua linha de produtos... e valiosa base de manufatura no Brasil", disse em comunicado o presidente-executivo da Lenovo, Yuanqing Yang.

US$124 bilhões - A Lenovo afirma que o mercado brasileiro de PCs, smartphones, tablets e de televisores inteligentes (SmartTv) é avaliado em 124 bilhões de dólares. A fatia de PCs equivale a 55,5 bilhões de dólares, com crescimento anual entre 2012 e 2016 estimado em 12 por cento. Enquanto isso, o mercado de smartphones brasileiros corresponde a 48 bilhões de dólares.

Na terça-feira, a Positivo anunciou sua entrada no mercado de smartphones, para complementar sua linha de produtos que além de computadores recebeu incrementos recentes com modelos de tablets.

Segundo a Lenovo, a equipe de administração da CCE, comandada pelo fundador Roberto Sverner, será mantida e a empresa não vê necessidade de demissões por conta da complementaridade dos negócios das duas companhias.

As ações da Lenovo encerraram em queda de 7,5 por cento nesta quarta-feira, depois que a japonesa NEC vendeu toda a sua participação na companhia chinesa por cerca de 230 milhões de dólares.

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