Tecnologia

Lançado há um ano, Threads ainda quer ser o novo Twitter

Executivo quer tornar o app um lugar "menos irritado" que o X, antigo Twitter

Threads tem a oportunidade de fazer com que seu serviço pareça indispensável nas eleições nos EUA, por exemplo (SOPA Images/Getty Images)

Threads tem a oportunidade de fazer com que seu serviço pareça indispensável nas eleições nos EUA, por exemplo (SOPA Images/Getty Images)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 5 de julho de 2024 às 11h04.

Última atualização em 5 de julho de 2024 às 11h31.

O Twitter, agora X, teve muitos problemas após Elon Musk entrar em cena. A ferramenta era uma fonte popular para saber o que estava acontecendo no mundo naquele momento. O Twitter criou uma urgência em torno das notícias que não foi replicada em nenhum outro lugar online. Um caso singular.

Depois que Musk assumiu o Twitter no final de 2022, essa reputação mudou graças a uma combinação de atualizações que incluíam remoções de verificação, maior alcance para usuários pagoss e um algoritmo que parece se concentrar na promoção de entretenimento em vez de notícias. Os questionamentos sobre a "saúde" do então Twitter começaram e a busca por um substituto, também.

Com isso, os executivos da Meta (dona de Facebook, Instagram e WhatsApp) viram uma abertura. Eles lançaram o Threads há um ano para rivalizar com o Twitter. Com 175 milhões de usuários mensais e vários recursos promissores, a ferramenta parece relutante em pegar o lugar do X nesse campo de "notícias quentes".

O chefe do Threads, Adam Mosseri, disse a Kurt Wagner, da Bloomberg, que deseja que o Threads seja “um lugar onde você possa estar atualizado sobre o que está acontecendo no momento em que está acontecendo”. Mas Mosseri também diz que o Threads não amplificará as notícias políticas no serviço. As pessoas podem compartilhar ou buscar notícias políticas por conta própria, mas o Threads não recomendará postagens políticas aos usuários se a postagem vier de alguém que eles não seguem.

“Achamos que isso traz muitos problemas para valer qualquer vantagem potencial que possa haver no engajamento ou na receita”, acrescentou. Mais de 50% das postagens que as pessoas veem nos Threads são recomendadas, o que significa que as discussões políticas serão inevitavelmente mais contidas e isoladas do que em outras plataformas.

Segundo o colunista da Bloomberg, existem razões legítimas para Mosseri se sentir assim. "As notícias políticas estão se polarizando cada vez mais. As coisas podem ficar complicadas quando um líder mundial utiliza um serviço para espalhar mentiras políticas. Vimos todas essas questões acontecerem no Twitter durante anos", falou Wagner no texto. E essa promoção de notícias políticas não se alinha realmente com um dos principais objetivos de Mosseri, que é tornar o Threads um lugar “menos irritado” do que o Twitter.

Apesar de todos esses pontos negativos, o  Threads pode ignorar um ponto positivo crítico: relevância. A discussão política no Twitter, talvez mais do que qualquer outro tema, tornou o serviço importante, urgente e necessário. O colunista da Bloomberg apontou que não acredita num lugar onde as pessoas vão para aprender “o que está acontecendo no momento enquanto tentamos simultaneamente tentar encurralar as discussões políticas".

À medida que as eleições nos EUA se aproximam, o Threads tem a oportunidade de fazer com que seu serviço pareça indispensável da mesma forma que o Twitter, agora X, costumava ser. Resta saber se o público vai aceitar essa troca.

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