Robô: em breve a tecnologia poderá ser utilizada como "conselheira" em lojas de roupa (Divulgação)
EFE
Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 08h16.
Última atualização em 11 de janeiro de 2017 às 08h18.
Pequim - Um restaurante de uma rede de fast-food em Pequim instalou uma tecnologia que escaneia o rosto dos clientes e, de acordo com os dados obtidos, sugere um menu, uma tecnologia que seus criadores esperam disponibilizar a outros tipos de comércio.
O novo sistema, estabelecido de maneira experimental em um estabelecimento do KFC na capital chinesa, foi desenvolvido pelo gigante tecnológico local Baidu, conhecido no país pelos serviços de busca na internet.
"Quando um cliente entra no restaurante, o sistema pode, de acordo com seu rosto, adivinhar sua idade, se é homem ou mulher, e analisar sua personalidade: se é aberto, se é tímido. Desta maneira, pode recomendar um determinado menu para ele", comentou à Agência Efe o engenheiro Qiao Shi, que trabalha para o Baidu.
A rede de fast-food se mostra reticente para explicar qual cardápio corresponde a cada tipo de pessoa, argumentando que depende de muitos fatores. Em um dos primeiros testes, foi sugerido a um homem de 30 anos uma refeição econômica e de poucas calorias, com sopa em vez de hambúrgueres.
Mais tarde, uma menina de 20 anos, definida pela scanner como "apaixonada", recebeu um cardápio muito mais calórico, com hambúrguer, asas de frango, refrigerante e até uma sobremesa, mas o cliente sempre tem a última palavra e pode escolher outras opções.
O KFC, a primeira rede de fast-food a chegar na China, onde em 2017 completa 30 anos, não parece se preocupar se os clientes têm sobrepeso ou não ao sugerir uma refeição, já que a inteligência artificial, pelo menos por enquanto, não calcula a massa corporal.
O especialista do Baidu explicou que a companhia começou a desenvolver esta tecnologia há anos e que o KFC é a primeira rede de restaurantes a disponibilizar o serviço aos clientes.
Segundo Qiao, o sistema já é utilizado em bancos e seguradoras da China para confirmar a identidade e ter estatísticas de sexo, idade e outros parâmetros dos clientes, sem o objetivo de oferecer produtos.
No entanto, segundo o engenheiro do Baidu, em breve a tecnologia poderá ser utilizada como "conselheira" em lojas de roupa, e a empresa já conversa com várias marcas e estabelecimentos de moda para aplicá-la.
"Será possível instalar nelas um sistema similar, no qual serão recomendadas diferentes peças de acordo com o rosto das pessoas. Às vezes há muitas roupas nessas lojas e um cliente não consegue escolher a adequada", analisou.
O Baidu, o "Google chinês", trabalha em diferentes campos da inteligência artificial e recentemente apresentou na convenção de tecnologia CES de Las Vegas (EUA) um assistente digital alternativo ao Alexa, da Amazon, à Siri, da Apple, e ao Google Assistant.
Segundo os desenvolvedores, esse assistente, chamado "Xiaoyu Zaijia" (que pode ser traduzido como "Peixinho"), é menos dependente da tela que os de Amazon e Google, respondendo a comandos de voz com uma combinação de imagens, texto e som.