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Kelley, da BSA: a nuvem contra a pirataria

Thiago Lavado Segurança digital é um drama para pequenas e grandes empresas. Segundo o Relatório Global de Fraude e Risco da consultoria Kroll, especializada em riscos empresarias, 76% dos empresários brasileiros sofreram ataques ou outros incidentes cibernéticos nos últimos 12 meses. O gargalo: as empresas sequer conseguem identificar o problema em tempo hábil, e estão longe de saber […]

JODIE KELLEY: Diretora da Business Software Alliance fala que empresas demoram cerca de sete meses para identificar um ataque cibernético / Divulgação

JODIE KELLEY: Diretora da Business Software Alliance fala que empresas demoram cerca de sete meses para identificar um ataque cibernético / Divulgação

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Da Redação

Publicado em 6 de março de 2017 às 17h57.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h28.

Thiago Lavado

Segurança digital é um drama para pequenas e grandes empresas. Segundo o Relatório Global de Fraude e Risco da consultoria Kroll, especializada em riscos empresarias, 76% dos empresários brasileiros sofreram ataques ou outros incidentes cibernéticos nos últimos 12 meses. O gargalo: as empresas sequer conseguem identificar o problema em tempo hábil, e estão longe de saber como proceder para evitar ataques futuros.

Na Business Software Alliance (BSA), organização de empresas de software para lidar com problemas de direitos autorais de seus associados, a diretora-jurídica Jodie Kelley lidera os programas nacionais e internacionais de combate à pirataria. Em viagem a trabalho ao Brasil, ela falou com EXAME Hoje sobre o trabalho realizado pela BSA, o foco em pequenas empresas e maneiras de combate à pirataria.

Como as empresas podem se fortalecer na luta contra os ataques cibernéticos?

Quando eu falo com companhias sobre cibersegurança, geralmente eu costumo enfatizar que, durante o tempo da minha fala, eles provavelmente experienciaram alguma tentativa de ataque. Companhias são atacadas por malware a cada sete minutos, que geralmente vêm por meio de phishing, software não-licenciado ou hackers. A maioria das empresas nem tem ideia disso e leva em média sete meses para detectar uma invasão. Não há controle do ambiente tecnológico, e a maior parte dos ataques digitais, 61% deles, são diretamente focados em pequenas empresas, muito mais suscetíveis à insegurança. Temos um mecanismo de controle que ensina o passo-a-passo de como administrar um ambiente de software. Mesmo que seguido à risca, ele não torna o ambiente completamente seguro, mas é uma maneira de deixar as companhias mais preparadas contra ataques.

Os serviços em nuvem mudaram não só o modo de trabalhar, mas o relacionamento com a internet: serviços de streaming como Spotify e Netflix já são extremamente populares, e de certa forma inibem downloads ilegais. O futuro do combate à pirataria também está na nuvem?

É uma parte importante disso. O caminho é identificar as demandas dos consumidores e prover o que eles realmente querem, inovando o mais rápido possível para permanecer competitivo. Tudo muda muito rápido e é preciso manter o passo, com bom custo-benefício e atratividade para o consumidor. É isso que incentiva as pessoas a fazerem da maneira correta.

O que pode ser feito dentro dessas pequenas empresas para melhorar o ambiente?

Serviços em nuvem. É para onde o mercado está indo agora. E isso está acontecendo por uma série de boas razões. A empresa não precisa mais fazer um grande investimento, logo de início, para adquirir um exemplar de software. Não é mais necessário comprar a licença inteira desde o início, o que era um grande desafio para pequenos negócios. Agora, há a possibilidade de assinatura. Serviços em nuvem são uma grande solução, em termos de tecnologia e também em termos financeiros.

O papel do governo no combate à pirataria é criar legislação e fazer cumpri-la. Como isso funciona na prática?

Começa com a legislação de propriedade intelectual. É preciso ter boas leis de copyright, com penas que façam as pessoas não quererem ser pegas por infringir essas leis. Se a punição for somente pagar pelo software em retrospecto, não é um bom incentivo. Além disso, os governos precisam prestar mais atenção em quem são seus parceiros. Quando trabalhamos com governos, tentamos explicar os benefícios de um sistema completamente licenciado e da checagem dos parceiros, para garantir que os sistemas não sejam invadidos por eles.

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