Tecnologia

Jogos para celulares ampliam vida social no Japão

São 127 milhões de japoneses que utilizam 112 milhões de celulares - 90% deles têm conexão à internet

Executiva japonesa usa celular durante expediente: aplicativos móveis exclusivos para redes sociais como o Facebook fazem sucesso entre os usuários nipônicos (.)

Executiva japonesa usa celular durante expediente: aplicativos móveis exclusivos para redes sociais como o Facebook fazem sucesso entre os usuários nipônicos (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Tóquio - Em silêncio, teclando em todos os cantos do país, milhões de japoneses mantêm uma intensa vida social graças a seus telefones celulares, porta de entrada a um variado mundo de comunidades online.

No Japão, um país com 127 milhões de habitantes e 112 milhões de celulares - quase 90% com acesso à internet -, é mais frequente a utilização dos telefones móveis que a dos computadores para navegar na rede, o que explica o sucesso de aplicativos para os keitai denwa (telefones celulares, em japonês).

Entre eles, destacam-se as redes sociais para celulares, ao estilo dos famosos "Facebook" ou "MySpace", mas com funções específicas para as telas dos aparelhos japoneses.

O número um no Japão no setor é o "Mixi", um site que nasceu há seis anos e que hoje conta com 25 milhões de usuários, quase 20% da população japonesa.

O "Mixi" foi criado em 2004, para ser acessado pelos computadores, mas cresceu logo em seguida até conquistar os celulares japoneses, a partir dos quais atualmente recebe cerca de 11 milhões de visitas diárias, frente aos 4 milhões de acessos pelo computador.

Através do keitai e respeitando os costumes de silêncio e educação que reina nos lugares públicos no Japão, os usuários do serviço para celulares do "Mixi" aproveitam as pausas em sua rotina diária para trocar fotos, conselhos, comentários, vídeos ou notícias.

Mas o que se tornaram verdadeiras minas de ouro no Japão foram os jogos sociais para celulares, aplicativos que misturam socialização e entretenimento.

Os jogos vão desde simples competições de golfe ou de pesca até a construção de cidades virtuais com a ajuda de outros usuários.

A característica comum destes aplicativos é que, além de simplesmente competir, os jogadores podem comunicar-se entre si com mensagens curtas ou por meio da troca de "presentes" virtuais.


Além do "Mixi", outro sucesso é "Mobage Town", um site criado em 2006 e que já conta com 17 milhões de usuários, e o cada vez mais popular "Gree", com mais de 16 milhões.

O segredo de sua abrangente difusão é a gratuidade para baixar os jogos, e sua rentabilidade é garantida por objetos virtuais têm que ser comprados para ganhar pontos ou para serem trocados com outros jogadores.

Assim, em um dos jogos do "Gree", o usuário pode, por alguns centavos de dólar, comprar uma vara de pescar virtual que ajuda a ganhar pontos capturando os peixes mais importantes ou que pode ser dada de presente a outro jogador.

"Os preços são baixos, mas temos muitos usuários, portanto temos grandes lucros", disse, recentemente, em entrevista ao canal "NHK", Taisei Yoshida, produtor executivo do site.

No caso do "Mobage Town", a moeda para as transações virtuais é o chamado Moba Gold, que é obtido, quando, por exemplo, o jogador clica em um anúncio publicitário, se registra no site do anunciante ou convida novos usuários a conhecerem a página.

Aproximadamente 30% do total pago pelos usuários vai para as operadoras de telefonia, enquanto o restante é distribuído entre os criadores dos jogos.

Prova do sucesso, é o fato de que o jovem fundador do "Gree", Yoshikazu Tanaka, se tornou, aos 32 anos de idade, um dos 20 homens mais ricos do Japão, com uma fortuna de US$ 1,6 bilhão, segundo a última lista divulgada pela revista "Forbes".

O fundador do "Mixi", Kenji Kasahara, está na 33ª posição da lista, com US$ 720 milhões.

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