Yoichi (Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2014 às 07h01.
Um grupo criado no Twitter por mulheres japonesas que ameaçam não fazer sexo com homens que votarem no candidato a governador de Tóquio Yoichi Masuzoe, quem acusam de misógino, chegou a quase 3 mil seguidores em poucos dias.
Lançado há apenas uma semana sob o lema "Boicote sexual contra todo homem que votar no candidato favorito nas eleições de Tóquio de 9 de fevereiro", o grupo espera atrair a atenção do maior número possível de eleitores a poucas horas da abertura dos colégios eleitorais da capital japonesa.
O grupo divulga uma série de declarações polêmicas feitas a uma conhecida revista em 1989 por Masuzoe, que já foram condenadas pela atual presidente do Partido Social Democrata, Mizuho Fukushima.
Em tal publicação, Masuzoe, de 65 anos, disse que as mulheres se comportam de forma anormal durante a menstruação e que nesse período "não se pode deixar que elas tomem decisões críticas como, por exemplo, se o país entrará ou não em guerra".
Ele ainda chamou de "um monte de bruxas da idade média" as mulheres do partido socialista que foram escolhidas para ocupar uma cadeira nas legislativas de 1989.
O blog do grupo também cita uma entrevista de 2010 da ex-mulher do candidato, a deputada Satsuki Katayama, à revista "Shukan Shinsho". Nela, o político é acusado de adultério, agressão, "atirando qualquer coisa que tivesse à mão quando ficava nervoso", e de falar em tom ameaçador com uma faca na mão.
O polêmico político, que foi ministro da Saúde entre 2007 e 2009, tem três filhos fora do casamento e foi levado aos tribunais acusado pela mãe de um deles, que sofre de uma grave incapacidade intelectual, de não querer abonar integralmente sua pensão alimentícia.
Conhecido comentarista de televisão que entrou na política há 15 anos, Masuzoe parte como claro favorito nas eleições a governador de Tóquio, que acontecem neste domingo. Embora concorra como independente, ele conta com o apoio do conservador e governante Partido Liberal-Democrata (PLD), do primeiro-ministro Shinzo Abe, que participou de atos da campanha do candidato.