Dona das marcas Land Rover, Jaguar e Range Rover, montadora é considerada estratégica para o Reino Unido, com 34 mil pessoas empregadas diretamente e cerca de 120 mil trabalhadores indiretos (Getty Images)
Redator
Publicado em 29 de setembro de 2025 às 13h23.
Após um ciberataque paralisar sua produção por quase um mês, a montadora britânica Jaguar Land Rover, controlada pelo conglomerado indiano Tata, começará a reativar parte de suas operações industriais nos próximos dias. A retomada será gradual e envolve também a reabilitação de sistemas digitais, incluindo os de faturamento, que estavam fora do ar desde o fim de agosto.
A notícia foi divulgada um dia após o governo britânico anunciar uma garantia para um empréstimo de £1,5 bilhão (cerca de US$ 2 bilhões), viabilizado por um banco comercial e respaldado pela agência de crédito à exportação do Reino Unido. O financiamento deverá ser quitado em até cinco anos.Segundo a ministra do Tesouro, Rachel Reeves, o objetivo é proteger milhares de empregos e manter ativa a cadeia de fornecedores da empresa. Dona das marcas Land Rover, Jaguar e Range Rover, a JLR é considerada estratégica para o Reino Unido: ela emprega diretamente 34 mil pessoas e sustenta a maior cadeia de suprimentos do setor automotivo local, com cerca de 120 mil trabalhadores indiretos.
Desde o ataque, técnicos da empresa, especialistas internacionais, a agência National Cyber Security Centre e a polícia britânica atuam na contenção dos danos. O incidente afetou os sistemas de TI e forçou a paralisação das fábricas em Solihull, Wolverhampton e Halewood.
Em nota, a empresa informou já ter notificado parceiros e fornecedores sobre o avanço na restauração da rede digital e promete acelerar o pagamento de faturas atrasadas.
Com a paralisação da produção, sindicatos como o Unite, que representa milhares de empregados da JLR e de sua cadeia de suprimentos, vinham pressionando o governo britânico por medidas emergenciais. O bilionário empréstimo anunciado no domingo, 28, é considerado um importante primeiro passo para proteger a empresa e seus trabalhadores.
Em um comunicado, a secretária-geral da entidade, Sharon Graham, disse que o dinheiro deve ser usado para garantir empregos, proteger competências e assegurar os salários no grupo e entre seus fornecedores.