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Já nasce em extinção nova ave descoberta no Brasil

Estima-se que existam apenas 4.500 casais da patativa-tropeira na natureza, número considerado baixo para aves, segundo os pesquisadores

Patativa-tropeira: ave se reproduz e migra nas regiões que antes eram rota dos tropeiros (Márcio Repenning)

Patativa-tropeira: ave se reproduz e migra nas regiões que antes eram rota dos tropeiros (Márcio Repenning)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 16h23.

São Paulo - Depois de oito anos de estudos, os ornitólogos Carla Fontana e Mário Repenning conseguiram provar a existência da patativa-tropeira (Sporophila beltoni), uma nova espécie de ave, que até então se pensava ser a já conhecida patativa-verdadeira (Sporophila plumbea).

Os pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul perceberam que a patativa-tropeira possui plumagem e canto diferente, além de usar seu habitat de forma própria.

A descoberta foi divulgada pela publicação americana The Auk - American Ornithologists’ Union.

A ave recebeu este nome porque se reproduz e migra nas regiões que antes eram rota dos tropeiros, no Sul do país, nos séculos passados.

Infelizmente, a patativa tropeira já nasce ameaçada de extinção.

Estima-se que existam apenas 4.500 casais na natureza, número considerado baixo para aves, segundo os pesquisadores.

A espécie pode ser encontrada desde o nordeste do Rio Grande do Sul até Minas Gerais, nos biomas Mata Atlântica e Cerrado.

Apesar de ser uma longa extensão territorial, a patativa tropeira se reproduz em campos naturais de regiões altas e montanhosas, mas sempre em áreas junto da Floresta com Araucárias.

Todavia, restam somente 3% da cobertura original deste ecossistema.

Outro problema enfrentado pelo pássaro - e milhares de outras aves silvestres no país - é o tráfico de animais para abastecer o mercado clandestino.

"Por conta da somatória dessas situações, essa nova espécie já é considerada globalmente em perigo de extinção", afirma Mário Repenning.

Para Malu Nunes, diretora executiva da Fundação Grupo Boticário, instituição apoiadora do projeto, pesquisa é parte essencial para conservar e proteger a fauna brasileira.

"Só é possível conservar aquilo que conhecemos. Por isso, a pesquisa científica é um importante subsídio para o avanço na proteção dos nossos ambientes naturais".

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