O iWatch deverá se comunicar com o iPhone e exibir informações enviadas pelo smartphone (Anders Kjellberg / Dogday Design)
Maurício Grego
Publicado em 4 de março de 2013 às 15h25.
São Paulo — A Apple planeja iniciar as vendas de seu relógio inteligente iWatch até o fim do ano, afirma o noticiário Bloomberg. O site diz ter recebido a informação de “pessoas familiarizadas com os planos da empresa”.
O mesmo noticiário já havia divulgado, em fevereiro, que a Apple tem uma equipe de cem pessoas trabalhando no desenvolvimento do iWatch. Além disso, a empresa da maçã já registrou mais de 70 patentes que parecem ter relação com relógios de pulso. Uma delas descreve um bracelete com tela flexível para a exibição de informações.
Segundo a Bloomberg, o usuário poderá empregar o iWatch para iniciar ligações telefônicas, para verificar quem está ligando quando o celular tocar e para ver mapas e coordenadas. Além disso, o dispositivo pode incluir um pedômetro para contar os passos quando a pessoa anda ou corre; e sensores que vão monitorar sua saúde.
Essas informações vêm sendo reforçadas por outras fontes, nenhuma delas oficial, já que a Apple não fala de produtos futuros. Também em fevereiro, o New York Times disse que a Apple estava testando várias opções de design para o iWatch. Antes disso, em janeiro, o site chinês TGbus já havia dito que a Apple se preparava para lançar um relógio.
O fato de aquele primeiro rumor ter surgido na China sugere que a Apple já está negociando os componentes e a fabricação do iWatch com seus fornecedores chineses. E vale lembrar que, no caso de produtos recentes da Apple, como o iPhone 5 e o iPad mini, a maioria dos rumores que circularam antes do lançamento acabaram se confirmando.
Um estudo da empresa americana ABI Research aponta que dispositivos computacionais para vestir – como o iWatch e os óculos do Google – vão explodir em popularidade nos próximos dois anos. A ABI calcula que 485 milhões desses gadgets serão vendidos em 2018.
Por enquanto, diz a ABI, 61% dos aparelhos eletrônicos para vestir são monitores cardíacos e outros sensores que registram atividades esportivas. “O relógio de vidro curvo da Apple pode demonstrar seu uma revelação no mercado de tecnologias para vestir”, diz, num comunicado da ABI, o analista sênior Josh Flood.
“A principal dúvida é se esse dispositivo será apenas um complemento para o iPhone ou se também vai funcionar de forma independente, fazendo coisas como monitorar a saúde e a atividade física do usuário”, prossegue ele. Flood diz que não se surpreende com a entrada da Apple nesse mercado.
A Apple já teve uma amostra do potencial dos relógios inteligentes. O iPod nano, pequeno e quadrado, pode ser usado no pulso graças a pulseiras produzidas por fabricantes de acessórios. Além disso, a Apple pode se inspirar no sucesso de projetos recentes como Pebble, Cookoo e Martian.
Relógios inteligentes têm sido fabricados há décadas, mas nenhum deles fez muito sucesso até agora. A Microsoft, por exemplo, atuou nesse mercado entre 2004 e 2008 com sua tecnologia Spot, que foi usada em relógios de marcas como Suunto, Fossil, Tissot e Swatch. Nos Estados Unidos e no Canadá, eles exibiam informações de trânsito e previsão do tempo, entre outras. Os dados eram recebidos via rádio.
Os relógios inteligentes atuais – como o SmartWatch, da Sony, e o italiano I’m Watch – também têm vendas modestas. É mais ou menos o que acontecia com os players de música antes do iPod e com os tablets antes do iPad. Trata-se de uma categoria de produtos ainda imatura.
Logo, há oportunidade para a Apple desenvolver um relógio inteligente atraente e assumir a liderança desse mercado como ela fez com o iPod e com o iPad. E Tim Cook e sua equipe devem ter pressa, já que, uma vez que a tecnologia está se tornando madura, outros fabricantes também devem trabalhar nesse tipo de produto. Não vai ser surpresa se a Samsung aparecer, em algum momento, com um Galaxy Watch.