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Itamaraty convoca embaixador do Canadá e expressa "indignação" por espionagem

Segundo o programa Fantástico, da TV Globo, o Ministério de Minas e Energia foi alvo do esquema de espionagem da NSA e de agência Canadense

 Dilma Rousseff e o embaixador do Canadá, Jamal Khokhar

Dilma Rousseff e o embaixador do Canadá, Jamal Khokhar

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Da Redação

Publicado em 7 de outubro de 2013 às 17h20.

Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, convocou nesta segunda-feira o embaixador do Canadá no país, Jamal Khokhar, a quem transmitiu a "indignação" de seu governo pela espionagem a empresas e instituições brasileiras, sobre o qual exigiu amplas "explicações".

Segundo uma nota oficial divulgada pela Chancelaria, durante o encontro Figueiredo "manifestou ao embaixador canadense o repúdio do governo brasileiro frente a essa grave a inaceitável violação da soberania nacional e os direitos de pessoas e empresas".

Segundo o programa Fantástico, da TV Globo, o Ministério de Minas e Energia foi alvo do esquema de espionagem da NSA, a Agência Nacional de Segurança americana. A denúncia se baseia em documentos entregues por Edward Snowden, ex-analista da NSA, ao jornalista Glenn Greenwald, co-autor da reportagem.

A comunicação de computadores, telefones fixos e celulares do MME foi mapeada pelos Estados Unidos em parceria com a Agência Canadense de Segurança em Comunicação (CSEC). Segundo os documentos obtidos pela reportagem, a operação só detalhava quem falou com quem, quando, onde e como, mas sugeria que o conteúdo das conversas e mensagens seria analisado numa operação posterior.

As informações aparecem em apresentação feita numa conferência, em junho do ano passado, que reuniu analistas de agências de espionagem de cinco países: EUA, Inglaterra, Canadá, Austrália e Nova Zelândia. O documento mostra o funcionamento de um programa de espionagem chamado Olympia, que teve o Ministério como alvo.

Entre as ligações telefônicas registradas estão contatos com a Organização Latino-Americana de Energia (Olade) e com a embaixada do Brasil no Peru. O sistema é capaz de identificar até os modelos dos aparelhos celulares utilizados e rastreou, por exemplo, ligações do embaixador Paulo Cordeiro, que atuava no Canadá e hoje trabalha no departamento de Oriente Médio do Ministério das Relações Exteriores.

Em entrevista ao Fantástico, o ministro Edison Lobão, do Ministério de Minas e Energia, disse que as ações de espionagem são graves e merecem repúdio. Ele destacou o interesse do Canadá no setor mineral brasileiro. "Há muitas empresas canadenses que manifestam interesse no país. Se daí vai o interesse em espionagem pra servir empresarialmente a determinados grupos, eu não posso dizer", afirmou. Segundo a reportagem, de cada quatro grandes empresas de mineração do mundo, três têm sede no Canadá.

 

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