Tecnologia

Itália usará satélites e sensores para monitorar Pompeia

Ferramentas serão usadas para tentar impedir um desmoronamento no local, que é tombado pela Unesco como patrimônio mundial


	Pompeia, na Itália: desmoronamentos frequentes de muros e casas da antiga cidade romana despertaram clamor internacional
 (Calrosfking/Wikimedia Commons)

Pompeia, na Itália: desmoronamentos frequentes de muros e casas da antiga cidade romana despertaram clamor internacional (Calrosfking/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 3 de abril de 2014 às 17h05.

Roma - As ruínas de Pompeia serão monitoradas por satélites e sensores do grupo italiano de defesa e tecnologia Finmeccanica para tentar impedir um desmoronamento no local, que é tombado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como patrimônio mundial.

O grupo, controlado pelo Estado, irá ajudar a treinar pessoal e ceder sua tecnologia de graça por três anos, um investimento de mais de 2 milhões de euros, depois do qual o equipamento será entregue ao projeto de restauração.

Desmoronamentos frequentes de muros e casas da antiga cidade romana, coberta pela cinza de uma erupção vulcânica do monte Vesúvio em 79 d.C., despertaram clamor internacional e uma pressão crescente pelo fim dos adiamentos que vêm assolando um projeto de restauração de 105 milhões de euros financiado em parte pela União Europeia e lançado no ano passado.

A Finmeccanica irá treinar funcionários para usar as ferramentas de monitoramento de alta tecnologia, que devem mostrar alterações no terreno das 1.500 edificações de Pompeia para que os arqueólogos possam intervir rapidamente e evitar desmoronamentos.

Os movimentos do solo, um grande risco para as ruínas, especialmente com mau tempo, serão monitorados através de imagens de alta resolução captadas pelo grupo de satélites COSMO-SkyMed, controlado pela Agência Espacial Italiana, afirmou a Finmeccanica.

Técnicos irão criar um arquivo digital dos locais mais importantes de Pompeia com imagens hiperespectrais, que podem captar a composição de materiais diferentes medindo sua radiação eletromagnética.


A segurança do local poderá ter acesso às informações por meio de um aplicativo de smartphone, e qualquer ato de vandalismo ou dano às ruínas irá disparar alarmes.

A parceria com a Finmeccanica é o exemplo mais recente de empresas privadas se envolvendo no financiamento da restauração da herança cultural italiana para compensar a carência de fundos públicos.

A fabricante de sapatos de luxo Tod's está ajudando a restaurar o Coliseu, enquanto a joalheria Bulgari apoia as obras da Piazza di Spagna e a casa de acessórios Fendi, a Fontana di Trevi, todos monumentos de Roma.

"Convido outras empresas a se apresentarem, e não usar a desculpa de que há muitos entraves burocráticos (ao patrocínio)", disse o ministro da Cultura, Dario Franceschini, nesta quinta-feira. "Estamos aqui, não há mais álibis".

Atração turística mais popular da Itália depois do Coliseu e do Monte Palatino, que atraíram 2,5 milhões de visitantes em 2013, Pompeia foi preservada pela erupção do Vesúvio há quase dois mil anos e redescoberta no século 18, mas se tornou um símbolo de décadas de má administração.

Três muros e um arco que sustenta um templo desmoronaram no mês passado. O trabalho precário de restauração, especialmente depois da Segunda Guerra Mundial, combinado ao clima, à poluição, ao crescimento de ervas daninhas e à visita de multidões, levou à decadência da cidade, disse a Finmeccanica.

Até agora, 40 milhões dos 105 milhões de euros disponíveis para o Grande Projeto Pompeia foram alocados.

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