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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 12h18.
A nova fábrica da Ford, inaugurada em outubro em Camaçari, na Grande Salvador, é uma das provas mais concretas e mais caras de aposta nas cadeias colaborativas. (A unidade consumiu 1,2 bilhão de dólares em investimentos.) Na fábrica baiana de onde sairão os novos modelos do projeto Amazon, a integração é total. Além do mesmo espaço, os 29 fornecedores da Ford utilizam os mesmos sistemas de informática, a mesma rede de dados e o mesmo PABX que a montadora.
Em julho do ano passado, a GM inaugurou o complexo de Gravataí, no Rio Grande do Sul, com um investimento de 1 bilhão de dólares. Lá, os 17 sistemistas, como são chamados os fornecedores, reproduzem o funcionamento de um organismo. Cada um tem sua função e um depende do outro para que a linha de montagem nunca pare - ou, pelo menos, pare durante o menor tempo possível.
Mas não foram a Ford ou a GM as responsáveis pela introdução do conceito de cadeia produtiva integrada no país. Em 1996, a Volkswagen instalou sua fábrica de caminhões em Resende, no Rio de Janeiro. Lá, seus sete fornecedores também são os responsáveis pela montagem dos caminhões.
As decisões que fogem do contrato estabelecido entre as empresas são resolvidas no voto. "É claro que a Volks tem um peso maior, mas ela possui apenas um entre os oito votos de decisão e aceita se curvar quando perde", diz um dos modulistas de Resende. No ano passado, a montadora foi vencida por cinco votos a três, quando pretendia dar um índice de aumento salarial superior ao proposto pelos modulistas. Sim: todas as empresas que compõem a unidade de Resende trabalham com a mesma tabela salarial.
Há dois meses, foi a montadora que contou com a compreensão dos fornecedores. Eles aceitaram reduzir a produção, mesmo fora do prazo combinado. "Não adiantaria ficar com estoque emperrado", diz um dos modulistas.