Tecnologia

Charles Koch se junta a startup para construir fábrica e dominar o mercado de baterias

Com um investimento de US$ 2,6 bilhões, o dono da Koch Industries iniciou uma parceria com a norueguesa Freyr para desbancar a gigafábrica da Tesla até 2029

In this February 26, 2007 file photograph, Charles Koch, head of Koch Industries, talks about his book on Market Based Management. (Bo Rader/Wichita Eagle/Tribune News Service via Getty Images) (Tribune News Service/Getty Images)

In this February 26, 2007 file photograph, Charles Koch, head of Koch Industries, talks about his book on Market Based Management. (Bo Rader/Wichita Eagle/Tribune News Service via Getty Images) (Tribune News Service/Getty Images)

Comprar e diversificar. É possível dizer que esse é o lema que permeia os negócios da família Koch nos últimos anos. Na mais recente iniciativa de ampliar o portfolio da Koch Industries, o bilionário Charles Koch quer construir uma fábrica gigante de baterias no estado da Georgia, nos Estados Unidos, ao custo de US$ 2,6 bilhões.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia.

Para levar a cabo a missão, estabeleceram uma parceria com a startup norueguesa Freyr Batter e se valeram dos inventivos fiscais recém aprovados no pacote ambiental do presidente Biden. O plano ambicioso é, sobretudo, uma mudança no perfil de Koch que, além de comandar um verdadeiro império industrial nos setores de óleo e gás, sempre foi contrário à regulamentação verde e subsídios para projetos sustentáveis. Junto disso, financiou por anos grupos que questionavam as evidências das mudanças climáticas. 

Mas, ao que o momento indica ao empresário, os tempos são outros e apostar no mercado de energia limpa se torna um excelente negócio. Um fato que confirma a guinada do experiente CEO é o quanto já investiu no setor: em janeiro, ele já havia alocado um total de US$ 1,7 bilhões em infraestrutura de baterias elétricas, armazenamento de energia e produção de energia solar, segundo informações da própria companhia. 

Para a planta na Georgia, no condado de Coweta, na primeira fase do projeto espera-se alcançar uma produção de 34 gigawatts-hora a um custo projetado de US$ 1,7 bilhão. A título de comparação, a maior fábrica de baterias dos EUA atualmente, a “gigafábrica” da Tesla Inc. e da Panasonic Holding Corp., em Nevada, registrou uma capacidade de 39 gigawatts-hora no final do ano passado, de acordo com o Benchmark Mineral Intelligence.

Em um segundo momento do projeto, visando desbancar a concorrente comandada por Elon Musk, a planta poderia aumentar ainda mais a capacidade das células e adicionar a produção de unidades completas de armazenamento de energia ou insumos de bateria, como cátodos e ânodos até 2029. A escolha pelo condado de Coweta foi, em parte, por causa de um pacote financeiro não revelado que o condado ofereceu em conjunto com o estado da Geórgia. Quando estiver em plena operação o projeto deverá criar mais de 720 empregos.

A chegada da jovem parceira Freyr aos EUA foi possibilitada por uma aquisição de propósito específico (SPACs, no sigla em inglês) feita no ano passado no momento em que a empresa abriu seu capital na bolsa. Com isso, a startup que iniciou a operação de uma fábrica de baterias na Noruega em 2018 levantou US$ 700 milhões. E, ao contrário de muitas SPACs feitas na pandemia, as ações de Freyr ainda estão sendo negociadas bem acima de seu preço inicial de oferta pública. Sinalizando mais um acerto na conta de Charles Koch.

*Correção: a primeira versão da reportagem mencionava David Koch como um dos donos da Koch Industries, contudo, o empresário morreu em 2019. Charles Koch é o atual CEO da companhia. 

VEJA TAMBÉM:

Acompanhe tudo sobre:BateriasTesla

Mais de Tecnologia

Desafio da Nasa oferece prêmio a quem desenvolver tecnologia de navegação de viagem à Lua

Fabricante do jogo processa SpaceX de Elon Musk e pede US$ 15 milhões

Gigantes das redes sociais lucram com ampla vigilância dos usuários, aponta FTC

Satélites da SpaceX estão causando interferência nos equipamentos de pesquisadores, diz instituto