Tecnologia

iPod nasceu com data para morrer, diz um de seus criadores

Tony Fadell, um dos criadores do iPod, disse que em 2003, na Apple, já se sabia que o iPod tinha morte certa. Streaming e smartphones estão entre os "culpados"


	Tony Fadell: "o iPod nasceu com data para morrer"
 (David Paul Morris/Bloomberg)

Tony Fadell: "o iPod nasceu com data para morrer" (David Paul Morris/Bloomberg)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 15h42.

São Paulo – No anúncio do iPhone 6 e do Apple Watch, uma novidade não foi dita em voz alta pela Apple. Aquele dia marcava a morte de um dos gadgets mais importantes da história da empresa, o iPod Classic.

Para Tony Fadell, um dos criadores do iPod, o aparelho foi criado para morrer. Em uma entrevista ao site da revista Fast Company, Fadell fala sobre o assunto.

“Era inevitável que algo tomasse o seu lugar. Em 2003 ou 2004, nós nos perguntávamos o que poderia matar o iPod”, disse Fadell. Ele diz que mesmo naquela época, na Apple, eles já sabiam que seria o streaming.

“Nós chamávamos de ‘jukebox celestial’. Agora nós temos isso: música na nuvem”, diz o designer.

O interessante é que mesmo com a consciência de que o streaming mataria o iPod, a Apple nunca investiu pesado em um serviço do tipo. Rumores apontam que o serviço de assinatura para músicas foi o motivo para a compra da Beats por três bilhões de dólares.

Hoje, Fadell é funcionário do Google. Depois de sair da Apple, ele criou a empresa Nest, que desenvolve eletrônicos domésticos conectados. A empresa foi comprada pelo Google no início deste ano por 3,2 bilhões de dólares.

Fadell, no entanto, sabe que o streaming de música não foi o único culpado pelo fim do iPod. Ele reconhece que os smartphones suprem a mesma necessidade de música do iPod, além de fazer muitas coisa tarefas.

Quanto à próxima grande inovação na música, Fadell acredita que ela não será com um produto como iPods, smartphones ou tablets. “Agora que temos acesso a toda música que podemos querer, descobrir coisas novas é o novo Santo Graal”, afirmou.

Para ele, o futuro será com aprendizado de máquinas e inteligência artificial. Com isso, um smartphone ou um app saberia qual contexto no qual ele está e indicaria a música mais apropriada de acordo com o gosto do usuário.

Fadell se diz triste por ver um gadget do qual participou da criação sair d elinha. “Existem pessoas que ainda querem um Commodore 64 ou um Amiga (computadores antigos) de volta. Isso é fofo, mas o tempo continua”, diz Fadell à Fast Company deixando o sentimentalismo de lado.

Acompanhe tudo sobre:AppleApple WatchAppsCelularesEmpresasEmpresas americanasEmpresas de internetempresas-de-tecnologiaGoogleIndústria eletroeletrônicaiPhoneiPhone 6iPodRelógios inteligentesSmartphonesTabletsTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

A densidade de talentos define uma empresa de sucesso; as lições da VP da Sequoia Capital

Na Finlândia, o medo da guerra criou um cenário prospero para startups de defesa

Brasileiros criam startup para migrar tuítes antigos para o Bluesky

Google pode ter que vender Chrome para reduzir monopólio no mercado de buscas; entenda