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iPhone mais barato poderia ganhar Europa sem subsídios

Mesmo desapontado críticos, preço do novo smartphone poderia ajudar as operadoras europeias a conseguirem achar novos clientes

Pessoas checam as versões do novo iPhone 5c após evento da Apple em Cupertino, Califórnia (Stephen Lam/Reuters)

Pessoas checam as versões do novo iPhone 5c após evento da Apple em Cupertino, Califórnia (Stephen Lam/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2013 às 06h30.

Londres - Embora o preço mais barato dos novos iPhone da Apple Inc. tenha desapontado os críticos, que afirmam que não é suficientemente baixo, ele poderia ajudar as operadoras da Europa a conseguirem algo que se tornou raro numa região onde há mais celulares do que pessoas: achar novos clientes.

Os iPhone apresentados nesta semana também são compatíveis com mais redes de quarta geração de alta velocidade da Europa, o que resolve uma das grandes decepções do último modelo, cuja capacidade para 4G era suportada apenas por algumas operadoras.

Tornar o iPhone mais acessível – o segundo smartphone mais popular na Europa depois dos dispositivos da Samsung Electronics Co. – poderia atrair clientes até agora desmotivados pelos preços da marca. Muitas operadoras europeias não subsidiam o preço dos dispositivos, portanto os clientes não estão acostumados a conseguir preços reduzidos em troca de assinatura de contratos de serviço.

“Temos visto menos penetração em alguns países que não têm subsídios, pois o produto é caro”, disse Roberta Cozza, analista da Gartner Inc., em uma entrevista. “Sem dúvida um modelo de baixo custo vai funcionar melhor”.

O iPhone 5C será vendido por 599 euros (US$ 800) na Alemanha, anunciou a Apple nesta semana. Será 80 euros mais barato que a versão anterior, segundo dados compilados pela Bloomberg, e 100 euros mais barato que a versão de mais baixo custo do iPhone 5S mais caro, apresentado também nesta semana. Isso também equipara a Apple ao Galaxy S4 da Samsung, cujo preço na Alemanha é de aproximadamente 600 euros.

Ainda caro

A tendência para celulares mais baratos ajudará a aumentar os embarques de smartphones em 40 por cento em relação ao ano passado, atingindo 1 bilhão de unidades neste ano, informou a empresa de pesquisas IDC em um relatório publicado este mês.


O iPhone 5C pode não ser suficientemente barato para atrair clientes de menor renda na Europa, que serão uma importante fonte de crescimento, diz Francis Sideco, diretor de eletrônica de consumo na empresa de pesquisa IHS.

“Se a Apple tivesse estabelecido um preço sem subsídios de US$ 350 a US$ 400 para o iPhone 5C, como alguns tinham pensado, a empresa poderia ter tido a possibilidade de expandir seus embarques de smartphones”, disse Sideco em uma nota. “O 5C parece ser um produto de nível médio, que não pode expandir significativamente o mercado disponível da linha iPhone para compradores de baixa renda”.

Segundo lugar

O iPhone é o segundo smartphone mais vendido da Europa pelo menos desde 2009, dois anos depois da sua estreia. Naquele ano, a Nokia Oyj dominou o mercado, representando quase metade dos smartphones na Europa Ocidental, segundo dados da Gartner. À medida que a companhia com sede em Espoo, Finlândia, foi perdendo participação no mercado, os dispositivos baseados em Android da Samsung ampliaram seu domínio.

As operadoras europeias querem utilizar a maior velocidade e capacidade das 4G para cobrar mais depois que a receita da indústria foi afetada por guerras de preços em países como a Alemanha, a França e a Espanha. Nesse sentido, o presidente da operadora francesa Orange SA, Stéphane Richard, comparou a velocidade das 4G com “uma conexão muito boa de Wi-Fi”. Richard aposta que isso ajudará a aumentar os preços dos serviços telefônicos, pois a receita média por assinatura é 10 por cento maior entre os usuários das 4G do que com clientes das 3G.

A Orange prevê que haverá 1 milhão de assinantes 4G na França no final do ano. A empresa já tinha 18,5 milhões de clientes de celulares no final do primeiro semestre, sem contar usuários pré-pagos, e afirmou que possuía 36 por cento do mercado francês de celulares.

"As 4G são uma forma de recriar valor nesta indústria, como mostrou o Reino Unido", disse Richard. "Nunca implantamos uma rede na França tão rapidamente quanto a 4G. Queremos ter essa vantagem para conquistar clientes".

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