O suporte a redes celulares 4G é uma das novidades mais importantes do iPhone 5, mas não para os brasileiros (Apple / Divulgação)
Maurício Grego
Publicado em 13 de setembro de 2012 às 11h19.
São Paulo — Como era esperado, o iPhone 5, anunciado nesta quarta-feira pela Apple, suporta redes celulares 4G LTE. Nos lugares onde houver uma rede compatível, o acesso à internet será feito a velocidade dez vezes maior que a do 3G. A má notícia é que o iPhone 5 não é compatível com as redes 4G que estão sendo implementadas no Brasil.
O problema existe porque a União Internacional de Telecomunicações (ITU) prevê 43 faixas de frequências de rádio que podem ser usadas nas redes LTE (a tecnologia predominante nas redes celulares de quarta geração). A faixa adotada varia conforme o país e nenhum celular atual é capaz de operar em todas elas. A Apple até que fez um bom trabalho tornando o iPhone 5 compatível com sete dessas faixas.
Para que isso seja possível, o iPhone 5 será vendido em três variantes, dependendo do país e da operadora. Juntas, as três variantes cobrem as bandas 1, 3, 4, 5, 13 , 17 e 25 do LTE. Essas bandas são usadas nos Estados Unidos, no Canadá, na Europa e em alguns países asiáticos. No Brasil, a banda adotada para o LTE é a número 7 na lista da ITU (de 2.500 a 2.690 MHz). O resultado é que, aqui, o iPhone 5 vai ter acesso à internet na velocidade do 3G – no máximo.
Não somos os únicos excluídos, é claro. Diversas operadoras na Europa e no restante da América Latina, por exemplo, também trabalham com frequências de LTE incompatíveis com o iPhone 5. E o problema não se restringe à Apple. Smartphones de outros fabricantes também têm compatibilidade limitada.
Isso cria um problema óbvio para quem viaja com seu celular. No Brasil, a Anatel estabeleceu que as cidades sede da Copa de 2014 devem ser as primeiras a ter redes 4G em operação. A ideia, é claro, é facilitar a comunicação durante a Copa. Mas, por causa da incompatibilidade de frequências, muitos visitantes estrangeiros que vieram ao Brasil não vão poder usar seus celulares nas redes LTE brasileiras.
Talvez o problema seja resolvido no futuro, quando forem desenvolvidos chips de LTE capazes de trabalhar numa variedade maior de frequências. Enquanto isso não acontece, quem compra um celular 4G só pode contar com o acesso rápido à internet enquanto estiver conectado à sua operadora ou a outra compatível.