Tecnologia

iPad mini é elogiado nos testes, mas a tela decepciona

O iPad mini, que chega às lojas nos Estados Unidos nesta sexta-feira, ganha elogios nas análises, mas a tela, de resolução inferior à dos concorrentes, decepciona

O iPad mini é mais fino e mais leve que outros tablets de 7 polegadas e oferece todos os recursos dos modelos maiores da Apple (Divulgação)

O iPad mini é mais fino e mais leve que outros tablets de 7 polegadas e oferece todos os recursos dos modelos maiores da Apple (Divulgação)

Maurício Grego

Maurício Grego

Publicado em 31 de outubro de 2012 às 10h34.

São Paulo — Com tela de 7,9 polegadas, iPad mini é fácil de carregar e manusear, e grande o bastante para que se possa jogar, assistir a vídeos e navegar na web com conforto. Com a facilidade de uso e o formidável acervo de apps do sistema iOS, o pequeno tablet, que chega às lojas nos Estados Unidos nesta sexta-feira, tem colecionado elogios. Mas há um item destoante: a tela com resolução inferior à de concorrentes como o Nexus 7, do Google, e à de outros dispositivos da Apple.

A Apple tem gradualmente incorporado a tela Retina, de alta resolução, a seus gadgets. Essa tela estreou no iPhone 4, em 2010, e depois apareceu no iPad, no MacBook Pro e no iPod touch. Com o iPad mini, porém, a empresa deu um passo atrás, colocando uma tela de resolução inferior nele.

Testado pelas principais publicações nos Estados Unidos, o tablet agradou em quase tudo. Mas a falta da tela Retina é vista como um retrocesso. A resolução de 1.024 x 768 pixels é a mesma do iPad 2. Mas, por causa da área menor, a densidade de pixels é maior no iPad mini. São 163 pixels por polegada, contra 132 no iPad 2. 

Isso significa, é claro, que a qualidade da imagem é melhor no iPad mini que no iPad 2. O problema é que a Apple deixou os críticos e os fãs mal acostumados. A tela Retina tem resolução tão alta que não se enxergam os pixels nela. E a empresa vem espalhando, há dois anos, a ideia de que qualquer coisa com resolução inferior está ultrapassada. 

Vejamos o que diz, por exemplo, MG Siegler no site TechCrunch: “Se há uma fraqueza neste dispositivo, é a tela”. Ele prossegue: “Sendo alguém acostumado com a tela Retina em meu celular, no tablet e até no notebook, o downgrade para uma tela não-Retina é muito perceptível”.


Joshua Topolsky, do noticiário The Verge, é mais específico: “Não há dúvida de que, a olho nu, a tela parece mesmo inferior, em resolução, que a dos tablets concorrentes. Os pixels são perceptíveis, especialmente em páginas da web, livros e ao ler e-mail — e isso pode ser perturbador em alguns momentos”.

Outra situação em que a tela prejudica o iPad mini é ao exibir vídeos, como aponta Walt Mossberg no site AllThingsD: “Diferentemente de seus concorrentes mais próximos, o iPad mini não exibe vídeo em alta definição. A Apple insiste que o dispositivo oferece qualidade melhor que a da definição padrão. Isso acontece se você obtiver o vídeo na loja iTunes, que ajusta a resolução para o dispositivo.”

Mossberg continua: “A imagem acaba aparecendo numa qualidade intermediária entre HD e definição padrão. A Apple diz que alguns outros serviços também vão fazer esse ajuste. Mas a falta de HD verdadeira dá, ao Nexus 7 e ao Kindle Fire HD, uma vantagem para os fãs de vídeo. Nos meus testes, o vídeo ficou bom no iPad mini, mas não tão bom quanto no iPad maior.”

É fácil entender por que a Apple usou a resolução do iPad 2 no mini. Ela precisava manter a compatibilidade com os aplicativos existentes sem elevar demais o custo do tablet. Os aplicativos para o iPad funcionam em duas resoluções: a do iPad 2 (1.024 x 768 pixels) e a do iPad de quarta geração (2.048 x 1.536), que tem quatro vezes mais pixels. 

Fabricar uma tela de 2.048 x 1.536 pixels de 7,9 polegadas seria caro e tecnicamente difícil. A densidade de pixels seria ainda maior que a do iPad 4G. Assim, a opção natural foi manter a resolução do iPad 2. Mas é possível que a empresa apresente um iPad mini com tela Retina em 2013.


Apesar das ressalvas sobre a tela, a avaliação geral do iPad mini é muito positiva. Ele concentra todos os recursos de seus irmãos maiores num dispositivo compacto e superleve. “De forma geral, o mini proporciona tudo que o iPad tem de bom num tamanho mais manejável, e ele impressiona. Poderíamos dizer que o iPad mini é o que o iPad sempre quis ser”, diz David Pogue, do New York Times.

Pogue também compara o iPad mini com seus rivais de 7 polegadas que rodam o sistema Android – Nexus 7, Kindle Fire HD e Nook HD – e conclui que o tablet da Apple ganha a briga: “O iPad mini tem mais classe, é mais atraente, é mais fino. Ele tem duas câmeras em vez de uma. Seu acabamento é muito mais refinado. E, acima de tudo, ele oferece um colossal catálogo de aplicativos – algo com que os tablets com Android podem apenas sonhar”.

O Android está quase alcançando o iOS em número de aplicativos. Nesta semana, divulgou-se que a loja Google Play atingiu a marca de 700 mil títulos. Mas alguns dos apps mais bem elaborados que fazem sucesso no iPad – incluindo os da própria Apple – não estão disponíveis no Android. E muitos dos títulos na Google Play foram desenvolvidos para smartphones e não ficam muito bem na tela maior do tablet. Ou seja, o iPad continua à frente do Android na qualidade dos apps.

O iPad mini começa a ser vendido nesta sexta-feira nos Estados Unidos e em outros 25 países. O Brasil e o restante da América Latina estão fora da lista. O modelo mais barato, com 16 gigabytes de capacidade e acesso à internet via Wi-Fi  apenas, custa 329 dólares nos Estados Unidos. Já a opção mais cara, com 3G/4G e 64 GB de capacidade, será vendida por 829 dólares. A Apple não divulgou quando pretende lançar o novo tablet no Brasil.

Acompanhe tudo sobre:AppleEmpresasEmpresas americanasempresas-de-tecnologiaGadgetsHDsIndústria eletroeletrônicaiPadiPad miniiPhoneTabletsTecnologia da informação

Mais de Tecnologia

Luxshare, importante parceira da Apple, estuda saída parcial da China

Apple transporta 600 toneladas de iPhones da Índia para os EUA para evitar tarifas de Trump

Clone Robotics divulga vídeo de Protoclone, o robô humanoide mais preciso do mundo; veja

Zuckerberg na mira: por que bilionário pode ter que se desfazer de Instagram e WhatsApp