Nos últimos meses, negócios como a compra da AT&T pela SBC Communications estão redesenhando o mapa da telefonia mundial, ao criar companhias gigantescas. Agora, os analistas já prevêem uma nova onda de fusões, envolvendo os fornecedores de equipamentos e aparelhos para essas empresas. Motorola, Lucent, Nortel e Alcatel são algumas das companhias que já estariam se movimentando nesse sentido.

Segundo o jornal americano The New York Times, o raciocínio é simples: com a fusão das operadoras de telefonia, os orçamentos ficam mais enxutos. Por isso, os fornecedores do setor só conseguirão sobreviver se também se unirem, a fim de manter suas taxas de crescimento e os investimentos em novas tecnologias. "Há muitos fornecedores disputando um mercado menor", disse o analista Ari Bensinger, da Standard & Poor s.

A SBC e a AT&T, por exemplo, compram 60% de seus equipamentos dos mesmos fornecedores. Com a fusão entre as duas empresas, o poder de negociação da SBC com seus parceiros crescerá bastante. A Lucent, grande fornecedora das duas companhias, é um exemplo do que pode acontecer ao resto da cadeia. A empresa já anunciou que espera um crescimento de 4% a 6% em seu ano fiscal, que encerra em setembro. A previsão está abaixo dos 6,8% obtidos no último exercício.

Por isso, crescem as especulações sobre uma possível fusão entre a Lucent e a Motorola. A organização que seria criada a partir da união das duas empresas dominaria 65% do mercado de telefones celulares CDMA. O negócio fortaleceria seu poder de persuasão junto a operadoras como a Verizon e a Sprint, que adotam essa tecnologia como padrão para seus aparelhos.