Banda larga: conexão via satélite leva internet para locais sem rede cabeada (Divulgação/Hughes)
Lucas Agrela
Publicado em 20 de janeiro de 2016 às 04h56.
São Paulo – A operadora Hughes anunciou que irá lançar no mês de julho um serviço de banda larga via satélite no Brasil. A proposta da empresa americana é levar internet veloz para pontos do país que, atualmente, não são bem atendidos pelas demais operadoras que transmitem sinal por cabos.
Ainda em fase de estudo de planos, a Hughes contou a EXAME.com que seu principal serviço deve custar aproximadamente 200 reais e a velocidade da conexão será de 10 Mbps. Segundo dados da Akamai de 2015, a velocidade média de internet no Brasil é de 3,6 Mbps, enquanto a média mundial é 5 Mbps.
Assim como nos planos de internet nos smartphones, essa banda larga terá limite de franquia de dados. São 20 GB por mês para a navegação durante o dia e 40 GB para as noites. Com isso, downloads mais pesados, como de novos sistemas operacionais para celulares ou computadores, devem ser feitos no período noturno.
Caso o assinante exceda a franquia de dados contratada, ele terá a velocidade de sua conexão reduzida – a um percentual não informado pela Hughes. Outra opção é comprar pacotes de dados adicionais, que serão vendidos por meio de um app da empresa para smartphones.
A companhia, que tem 1,5 milhão de assinantes nos Estados Unidos, terá um plano de expansão de três fases no Brasil. Neste ano, o serviço estará disponível para 82% do território nacional; para 90% em 2018; e para 100% em 2020.
"Apesar do nosso serviço cobrir totalmente a cidade de São Paulo, não temos interesse em tentar divulgar o serviço para regiões como o bairro de Pinheiros. A ideia é promover o serviço em áreas que não são bem atendidas por outras operadoras, como o interior do estado", afirmou Rafael Guimarães, presidente da Hughes no Brasil, durante entrevista a EXAME.com.
A empresa escolheu um ano de crise econômica para trazer sua internet banda larga via satélite para o Brasil. No entanto, Guimarães conta que o planejamento da companhia é de longo prazo e os trâmites de lançamento em território nacional começaram três anos atrás, bem antes da crise atual. Ainda assim, ele mostra seguro tanto sobre a iniciativa de lançamento quanto sobre a pontualidade do início da oferta do serviço.
"A Hughes já oferece esse serviço há mais de dez anos nos Estados Unidos. Não estamos fazendo testes, estamos trazendo o serviço que já oferecemos com sucesso no mercado americano", disse o presidente da empresa.
Por adotar uma política de prometer de maneira conservadora a velocidade média de internet aos seus clientes, a Hughes foi reconhecida pela Federal Communications Comission, órgão regulador de operadoras dos EUA semelhante à Anatel, como uma empresa que entrega a velocidade contratada ou número superior durante 80% do horário de pico de uso do serviço.
Como a internet chegará à casa do cliente via satélite, o sinal será captado por uma antena e levado para o roteador por um cabo. Apesar do receptor ficar exposto ao tempo, Guimarães declara que o uso de antenas não prejudicará a experiência do usuário em condições normais.
"O serviço de internet banda larga funcionará normalmente durante uma chuva normal. Agora, qualquer tempestade forte pode afetar o serviço, assim como também pode afetar rede cabeadas e a energia elétrica. Melhoramos a confiabilidade do nosso sistema em relação a eventos atmosféricos nos últimos dez anos", disse o presidente da companhia.
A Hughes contará com três canais de atendimento aos assinantes: telefone, chat com atendentes e um portal de auto-atendimento. Fora isso, há também o já mencionado aplicativo, que permitirá a compra de pacotes de dados.
Esta não é a primeira vez que uma empresa lança um serviço de internet banda larga via satélite no Brasil. A Embratel oferece uma opção semelhante há três anos. Chamado Star One, ele é voltado tanto para o segmento corporativo, quanto para clientes domésticos.