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Internet populariza compras por leilão

Na outra ponta do negócio, o perfil das empresas que levam bens a leilão também mudou

Mulher faz compras pela internet (AFP/ Matt Inman)

Mulher faz compras pela internet (AFP/ Matt Inman)

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Da Redação

Publicado em 17 de março de 2013 às 09h48.

São Paulo - O perfume My Glow Jennifer Lopez custa em torno de R$ 100 em lojas especializadas. O preço de tabela de um utilitário esportivo Hyundai Tucson 2007 é de R$ 39 mil. E a cadeira de design DKR Eames não sai por menos de R$ 500 nas lojas de móveis modernos. Mas todos esses produtos foram vendidos recentemente em leilões por preços até um terço do valor de mercado. O Hyundai Tucson, por exemplo, foi arrematado por R$ 27 mil. O perfume da atriz Jennifer Lopez foi vendido a R$ 60 e a cadeira DKR Eames, por R$ 180.

"O preço final é o grande atrativo dos leilões", afirma Moacir de Santi, leiloeiro da casa de leilões Sodré Santoro, uma das mais antigas do País. Há casos, segundo outra grande empresa do ramo, a Sold Leilões, em que o lance inicial corresponde a 10% do valor de mercado do produto.

A combinação de preço baixo e do fácil acesso aos leilões - todos feitos pela internet atualmente - mudou o perfil dessa modalidade de compra no País.

Por um lado, o público comprador deixou de ser apenas de representantes de empresas e de revendedores. Agora, o consumidor final, pessoa física, que dá seus lances de casa em busca de mercadorias para uso próprio, também está nos sites de leilão. "Não há números que mostrem o peso desse público em todo o setor, mas esse é um tipo de comprador cada vez mais frequente", diz Eduardo Jordão Boyadjan, presidente do Sindicato dos Leiloeiros de São Paulo e leiloeiro oficial da Jordão Leilões. Na Sold Leilões, por exemplo, as pessoas físicas representam até 70% do público dos leilões.

Disputa. Na outra ponta do negócio, o perfil das empresas que levam bens a leilão também mudou. Com mais pessoas físicas interessadas na modalidade graças ao acesso fácil pela internet, empresas de móveis, de brinquedos, restaurantes, construtoras e até de laboratórios de análises clínicas e magazines aderiram aos leilões para se livrar de bens que não interessam mais.

"Antigamente, havia só leilões da Receita Federal, de imóveis, veículos e sobras industriais. Hoje, dá para comprar de tudo, a não ser que seja perecível", diz o leiloeiro Luiz Fernando de Abreu Sodré Santoro.

Uma vasculhada no site da Sold Leilões mostra isso: já foram arrematados de perfumes a computadores; de móveis de apartamentos decorados de prédios em construção a utensílios domésticos. "Uma vez também leiloei dois milhões de paralelepípedos", diz Boyadjan.

"Com todos os itens que vão a leilão dispostos no site e a possibilidade de dar os lances do próprio computador, fica muito mais fácil encontrar quem compre qualquer coisa que seja leiloada", afirma.

Os automóveis, porém, continuam representando 50% do negócios. Eles vão a leilão por meio de bancos ou seguradoras. "Com a alta da inadimplência e mais gente da classe C fazendo seguro de veículos, aumenta a oferta de carros para leilão", afirma De Santi, da Sodré Santoro.

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