Inteligência Artificial: especialista critica mitos como o de que as máquinas poderiam tomar o controle do mundo (Zsolt Biczó/Thinkstock)
EFE
Publicado em 7 de novembro de 2017 às 14h36.
Lisboa - Além dos preconceitos e visões apocalípticas, a Inteligência Artificial (AI) pode ter uma aplicação prática a curto e médio prazo como acelerador da pesquisa científica, defendeu nesta terça-feira em Lisboa um dos maiores especialistas neste campo.
Jerome Pesenti, principal responsável da BenevolentTech, empresa dedicada a este processo de aceleração na pesquisa e transformação da descoberta científica através da tecnologia, abordou no Web Summit este assunto que, disse, normalmente é observado sob pontos de vista extremos.
"Ou é uma utopia otimista ou uma ameaça mortal", resumiu Pesenti, que revelou em uma conversa alguns dos segredos da AI e derrubou vários mitos, como o que as máquinas poderiam tomar o controle do mundo ou realizar todos os trabalhos desenvolvidos por humanos.
Contrário a essa visão negativa, o especialista expôs que a AI provocará mudanças na relação que mantemos com as máquinas, com uma adaptação dos humanos aos sistemas, e não ao contrário.
O processo de tomada de decisões também será melhor, já que a AI permite um processamento de dados que torna mais fácil a sua compreensão.
No que se refere a trabalhos humanos, Pesenti considera que as máquinas poderão assumir as "tarefas repetitivas", como em serviços de atendimento ao cliente, o que deixará espaço para os humanos para assumir "as perguntas complexas".
A isso se somam as mudanças que a AI introduzirá na forma de fazer código e que, ao tratar e organizar a informação de forma diferente, poderia mudar a forma na qual temos ideias.
"Podemos criar sistemas que processem informação, artigos, para ajudar a fazer uma descoberta", afirmou Pesenti, que acrescentou que não há o que temer em relação à IA e que é preciso se afastar de visões apocalípticas.