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Instagram prioriza fotos de biquíni e sem camisa, mostra estudo

Testes revelaram que o algoritmo da rede social tende a colocar fotos que mostram "mais pele" no topo do feed dos usuários; empresa nega

Prioridade: estudo mostra que fotos que "mostram mais pele" são as preferidas de algoritmo do Instagram (Hinterhaus Productions/Getty Images)

Prioridade: estudo mostra que fotos que "mostram mais pele" são as preferidas de algoritmo do Instagram (Hinterhaus Productions/Getty Images)

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Rodrigo Loureiro

Publicado em 15 de junho de 2020 às 15h39.

Um estudo realizado por pesquisadores da organização sem fins lucrativos AlgorithmWatch e pela Rede Europeia de Jornalismo de Dados quer provar que o Instagram dá prioridade para fotos de usuários em que eles exibam “mais pele”. Em outras palavras, isso pode significar fotografias de mulheres usando biquínis ou de homens sem camisa, por exemplo.

A analise leva em consideração um teste realizado com um time de 26 voluntários e com 2.400 fotografias na rede social. Os participantes, que utilizavam contas que seguiam as mesmas pessoas na plataforma, precisavam relatar quais as postagens apareciam no topo de seus feeds quando abriam o aplicativo da empresa na versão web.

Das 2.400 fotos publicadas para avaliação, 362 (21%) eram de homens sem camisa ou de mulheres utilizando biquínis ou roupas íntimas. No entendimento dos pesquisadores, se o aplicativo não priorizasse postagens deste tipo, os voluntários veriam a mesma proporção de imagens em seus feeds. Não foi o que aconteceu.

Nos testes realizados pelas organizações, postagens com pessoas seminuas apareceram no topo dos feeds dos usuários que participavam da pesquisa em 30% das vezes. O estudo também afirma que fotos de mulheres “mostrando mais pele” tinham 54% mais chances de figurarem no topo, enquanto imagens semelhantes de homens tinham percentual de 28%.

Por outro lado, imagens de paisagens ou fotografias de comidas tinham 60% menos chance de figurarem na primeira posição dos feeds dos usuários.

Procurado pela reportagem do The Next Web, o Facebook desqualificou e criticou o estudo. “A pesquisa é falha em diversos pontos e mostra desentendimento sobre como o Instagram funciona”, informou. A empresa também disse que seu sistema de ranqueamento não leva em conta “fatores arbitrários como a presença de trajes de banho”.

De acordo com o Facebook, a ordem das publicações exibidas no Instagram é decidida a partir dos interesses de cada usuário em tipos de conteúdo e em contas específicas. Isso significa que se um internauta interage com frequência com determinada conta da plataforma, é mais provável que as publicações desta sejam ranqueadas no topo do feed daquele usuário.

Os pesquisadores, por sua vez, admitem que mais pesquisa é necessária. Mas eles também lembram que o Facebook já publicou uma patente de uma tecnologia que utiliza aspectos de inteligência artificial para escolher automaticamente quais imagens deveriam figurar no topo dos feeds. Um dos trechos da patente diz que a API 160 pode identificar tons pele e o estado de nudez das fotos.

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