Verizon: empresa pode vir eventualmente para o mercado nacional (Reprodução/Wikimedia Commons)
Lucas Agrela
Publicado em 13 de abril de 2017 às 15h33.
Última atualização em 13 de abril de 2017 às 16h59.
São Paulo -- A infraestrutura de telecomunicações do Brasil é precária. Essa é a avaliação da Verizon, empresa que atua nesse segmento, mas ainda não no nosso país -- recentemente, ela entrou no mercado publicitário do Brasil com a compra da AOL.
De acordo com Paulo Pontin, country manager da Verizon no Brasil, o país está melhorando na oferta de rede móvel aos poucos. Ele cobra, no entanto, uma postura mais rigorosa da Anatel em relação às empresas.
“Quando falamos de telefonia móvel, ficamos nas mãos de poucas empresas. O órgão regulatório precisa ser mais forte e punir, como acontece em outros países”, declarou Pontin a EXAME.com.
O executivo-chefe concorda com André Alves, country manager da Decolar.com no Brasil, ao afirmar que a oferta precária de rede no país atrapalha o crescimento das vendas via smartphones.
“O cliente não espera mais a página carregando. Em dois segundos, ele já vai achar que o app é uma porcaria. O maior desafio é deixá-lo o mais rápido possível”, disse Alves. “Competir com padrões de desempenho de apps internacionais, como Uber e Waze, também é complicado”, declarou, ressaltando que o aplicativo da Decolar.com foi recentemente otimizado para funcionar com melhor desempenho. Mais de 40% das vendas da empresa acontecem pelo celular.
Para tentar sanar esse problema de rede e de pacotes de internet limitados, fabricantes chegaram a fazer parcerias com empresas de compressão de dados. Esse é o caso da Samsung, que coloca o aplicativo Opera Max em sua linha intermediária, a Galaxy J.
Esse app, que pode ser instalado em qualquer smartphone gratuitamente, reduz o tráfego de internet ao comprimir as informações trocadas entre o usuário e servidor do serviço que ele acessa. Tudo isso acontece em tempo real, nem dá para sentir diferença de velocidade de carregamento de dados web, segundo testes de EXAME.com.
Essa é uma pergunta que você, leitor, deve ter feito. A resposta é por enquanto não, mas “é possível”.
“Não temos planos de um lançamento para o consumidor final para o curto prazo, mas essas decisões são tratadas em alto nível no conselho da empresa. Então, pode ser que, em cinco meses, aconteça o lançamento e eu ainda não sei nada sobre ele. A empresa está em modo de crescimento, quem sabe o Brasil está incluso?”, segundo Pontin.
Ele reforça que a Verizon tem cabos submarinos, por meio dos quais passa 80% do tráfego de internet do mundo. Além disso, a companhia está em fase avançada de testes com a rede 5G e deve colocá-la no mercado americano em breve.
Os porta-vozes das empresas citadas na matéria participaram de uma mesa redonda com EXAME.com, promovida pela Punto Comunicação Multimeios.