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Adeus ao TikTok? Influenciadores tentam se reinventar diante de possível banimento nos EUA

Possível saída do TikTok dos EUA transforma criadores em estrategistas digitais, enquanto gigantes como Meta e YouTube se preparam para ganhar terreno

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 09h06.

Última atualização em 13 de janeiro de 2025 às 09h09.

A contagem regressiva para o possível banimento do TikTok nos Estados Unidos, previsto para 19 de janeiro, não é apenas uma notícia bombástica para a indústria de tecnologia: ela também reconfigura o futuro de milhares de criadores de conteúdo que dependem do aplicativo como sua principal fonte de renda. Com mais de um bilhão de usuários globais, o TikTok é uma plataforma essencial para os criadores, mas agora eles enfrentam um dilema que vai além do conteúdo.

O TikTok, operado pela gigante chinesa ByteDance, tem sido alvo de controvérsias desde que o governo americano iniciou uma ofensiva para limitar o alcance de empresas chinesas no país. A situação se intensificou em abril de 2024, quando Joe Biden assinou uma lei exigindo a venda do aplicativo pela ByteDance ou sua remoção das lojas de aplicativos dos EUA. Até agora, as negociações permanecem em um impasse legal, com a Suprema Corte analisando a questão.

Com o relógio correndo, influenciadores como Jack Nader, 21 anos, e Danisha Carter, 27, já começaram a construir suas bases em outras plataformas, segundo a CNBC. Nader, que conquistou mais de 500 mil seguidores no TikTok, afirma: "Levei um ano e meio para construir minha base e agora estou recomeçando do zero". Para muitos criadores, como Carter, o TikTok não é apenas uma plataforma de vídeos: "Mudou vidas e negócios. É muito mais do que apenas um aplicativo", diz ela.

Enquanto alguns optam por migrar para Instagram Reels ou YouTube Shorts, outros apostam em plataformas alternativas como Patreon para diversificar suas receitas. Para os criadores, a palavra de ordem é adaptação.

Espaço para Meta e Youtube

O cenário abre uma avenida de oportunidades para gigantes como YouTube e Meta, que podem se beneficiar da lacuna deixada pelo TikTok. Especialistas estimam que até metade dos investimentos publicitários da plataforma chinesa podem ser redistribuídos, beneficiando concorrentes. Vale lembrar que, na Índia, após o banimento do TikTok em 2020, o crescimento dos concorrentes foi impressionante.

A DMi Partners, empresa focada em marketing digital, está ajudando criadores a navegar por esse período de incertezas, oferecendo estratégias para maximizar o alcance em múltiplas plataformas e evitar penalidades do próprio TikTok por promover plataformas rivais.

Mesmo diante da incerteza, influenciadores como Nealie Boschma, com mais de 2 milhões de seguidores no TikTok, estão otimistas: "Seja qual for o resultado, encontrarei meu espaço em outras plataformas."

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